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25/09/2019 17:29

Compras motivam quase 2 milhões de viagens motorizadas por dia, aponta pesquisa do Metrô apresentada na ACSP


Pesquisa Origem Destino 2017, realizada pelo Metrô, foi tema de discussão de evento promovido pelo Núcleo de Estudos Urbanos da ACSP, com a presença de Luiz Cortez, gerente de planejamento Metrô-SP



São Paulo, 25 set 2019 (ACSP). Com muitos endereços comerciais e polos varejistas consolidados, a cidade de São Paulo realiza pouco mais de 1,9 milhão de viagens motorizadas por dia, motivadas exclusivamente, pelas compras.



A informação foi levantada pela Pesquisa Origem Destino (OD) 2017, realizada pelo Metrô de São Paulo. Esse número representa um aumento de aproximadamente 35%, em relação a 2007, ano da pesquisa anterior.



As viagens motorizadas são aquelas feitas por metrô, trem, ônibus, automóveis e motocicletas, sendo as não motorizadas realizadas por bicicleta ou a pé.



O número foi divulgado por Luiz Antônio Cortez Ferreira, gerente de Planejamento e Meio Ambiente da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP), durante uma reunião com integrantes do Núcleo de Estudos Urbanos (NEU), grupo do Conselho de Política Urbana (CPU) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).



“O número é muito relevante, especialmente se considerar que estamos presenciando o crescimento do e-commerce e que a pesquisa foi realizada num período de crise econômica. Mesmo assim, esse movimento confirma a importância do comércio físico nos últimos dez anos”.



Outro recorte de pesquisa mostra que pequenos negócios também são a razão de muitas viagens não-motorizadas. O uso de bicicletas com a finalidade de fazer compras cresceu de 4% para 11%, de 2007 para 2017. São distâncias menores, que segundo Cortez, também acabam originando as chamadas compras por impulso.



O gerente do Metrô destaca que embora nenhuma pesquisa confirme essa intuição, outras cidades do Brasil e do mundo já realizaram alguns estudos que confirmam uma relação muito forte entre o uso da bicicleta e o aumento nos números do comércio, especialmente, nos negócios de bairro.



“Os ciclistas têm a mesma facilidade de um pedestre. Conseguem parar em qualquer lugar e os próprios comerciantes apontam o ciclismo como muito favorável ao comércio, especialmente, de alimentos e para pequenas compras”, diz.



Cortez esclarece que as entregas não são contabilizadas nessa conta, pois são consideradas como, fretes e carga. Números da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontam que a cidade de São Paulo soma 30 mil contratados para serviços de entrega feitos por bicicletas.



Outro destaque da pesquisa revela que o horário do meio-dia se tornou o mais movimentado na Região Metropolitana de São Paulo, com 5,2 milhões de viagens diárias, ficando à frente dos picos da manhã e da tarde. Os picos da manhã e da tarde registraram 4,5 milhões e 4 milhões de viagens, respectivamente.



Na opinião de Cortez, esses deslocamentos no meio do dia refletem as dificuldades econômicas do país e o estabelecimento de um novo padrão do mercado de trabalho. Parte da população se divide entre dois empregos, outras empresas reduziram a carga horária como alternativa ao desemprego e ainda há muita gente buscando emprego, segundo o executivo.



Larissa Campagner, coordenadora técnica do Conselho de Política Urbana (CPU), da ACSP, exaltou a importância do estudo e da série histórica para entender o comportamento do usuário e a eficácia do transporte sobre trilhos na cidade de São Paulo.



O arquiteto e urbanista Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie e membro do NEU, também falou sobre a validade de manter o mesmo padrão para a pesquisa há tantas décadas.



“Por ter uma base tão consolidada, esses dados se tornam fundamentais não só para o planejamento do transporte coletivo, mas também para o desenvolvimento dos eixos de estruturação de São Paulo e na forma como a cidade se relaciona com a região metropolitana”, diz.



PESQUISA OD



Realizada há 50 anos, essa é a sexta edição da Pesquisa OD – o maior levantamento de mobilidade urbana realizado no Brasil. Os dados são apurados a cada dez anos pelo Metrô e, a partir dos resultados, é possível entender a mobilidade e a forma como as pessoas se deslocam na Região Metropolitana de São Paulo. Isso possibilita o mapeamento dos deslocamentos e das atividades econômicas da Grande São Paulo para o planejamento do transporte público.



Na edição de 2017, foram 11 meses de trabalho para a coleta das informações com mais de 156 mil pessoas nas 39 cidades que formam a Região Metropolitana de São Paulo. As entrevistas foram feitas em residências, rodovias, aeroportos e terminais rodoviários.



 



(Patrícia Gomes Baptista, Assessoria de Imprensa ACSP, pgbaptista@acsp.com.br

(11) 3180-3220)



 



 



 

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