Economia & Mercados
24/10/2019 11:53

Anbima/Megna: quadro do País é mais favorável para estrangeiro efetivar compra de ativos


Por Circe Bonatelli

São Paulo, 24/10/2019 - A melhora do quadro da economia brasileira tem favorecido a tomada de decisão de investidores, especialmente dos estrangeiros, que avançaram sobre as empresas nacionais e lideraram as atividades de fusões e aquisições no País no primeiro semestre.

"Há uma continuidade do interesse dos investidores internacionais pelos ativos no País. Isso sempre foi mantido. Mas temos hoje condições mais apropriadas para tomada de decisões", analisou o coordenador do Grupo de Trabalho de Fusões e Aquisições da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Dimas Megna.

"Antes o cenário era de incerteza e volatilidade, o que afetava a tomada de decisão pelos estrangeiros", completou, em teleconferência com a imprensa.

A Anbima divulgou levantamento hoje mostrando que as fusões e aquisições movimentaram R$ 108,61 bilhões no primeiro semestre de 2019, sendo que 57,3% desse volume de atividades se originou de empresas estrangeiras comprando empresas brasileiras. Esse porcentual foi bem maior do que no mesmo período de 2018, quando chegou a 25,3%.

Megna disse que a Anbima deixou para trás a visão de "otimismo com cautela" para o País, conforme vinha sendo mencionado nos trimestres anteriores. Segundo ele, a visão agora é apenas de "otimismo", graças às aprovações de reformas estruturais importantes, como a reforma da previdência, e ao maior volume de investimentos no País.

"Esse otimismo se refletiu no mercado de capitais, tanto de equity (capital) quanto dívida, apontou, ressaltando que esse o volume de fusões e aquisições foi o maior em cinco anos. "Temos otimismo e visão construtiva pelo que o País está passando".

Megna acrescentou que o programa de desinvestimento do governo é "bastante grande e com ativos bem interessantes", o que tende a favorecer um nível elevado de fusões e aquisições. Embora haja um aquecimento generalizado, ele estimou que os setores de infraestrutura e petróleo e gás tendem a responder pelo maior volume das transações, já que envolvem ativos de grande porte.

Contato: circe.bonatelli@estadao.com
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