São Paulo--(
DINO - 24 set, 2019) - Aguardada pelos fãs desde o primeiro anúncio, a mixtape "Quando o Mundo Acabou era Meio Dia" é um divisor de águas na carreira de Rômulo Boca. Natural de Crateús, interior do Ceará, apegado à leitura desde cedo, ele começou a compor porque sentia a necessidade de se expressar. QOMAEMD é o resultado de anos de trabalho e transmite fatos marcantes da vida do artista, mudanças pelas quais ele passou e acontecimentos que o tornaram uma pessoa mais forte e experiente. A mixtape foi lançada dia (23) no YouTube e SoundCloud, e estará disponível nas demais plataformas de streaming a partir da próxima semana.
Participações
Ao lado de Lucas Félix e Wendeus, Rômulo forma o grupo A.L.M.A. (Arma Lírica Musical da Alma), criado em 2013. Ambos foram convidados, assim como Teagacê, Chinv, César Masthif, niLL e Isaac de Salú, para participar de algumas tracks. Os instrumentais são de Machion, Fernando Vários, Jay Beats, Cabine 808, Kriolão, Masthif, Ardlez, Tadela Sérgio Estranho e Rodrigo Zin, que também é um dos feats.
Capa
A capa da mixtape é uma fotografia de Rafael Vieira, com edição de Lucas Félix. A ideia de Rômulo a partir dela é que as pessoas consigam "criar" seus próprios conceitos de "caos" diante daquilo que conseguirem ver, sem precisar ser algo "óbvio" demais, mas que cada um observe a partir de sua própria visão.
QOMAEMD
O título faz alusão a um sonho no qual Rômulo disse a frase para a mãe, dona Francisca Cesário de Almeida. Segundo ele, foi uma resposta psicológica a morte dela, sendo que a perda dela lhe causou a sensação de fim do mundo.
"Hoje me sinto como alguém que vive em um mundo que acabou e esse sentimento veio com a morte da minha mãe. Ao mesmo tempo, sinto que me tornei alguém melhor após a morte dela, alguém menos irresponsável comigo e com aqueles que me cercam. Voltei a ter humildade, no sentido de ter pé no chão. Olho para mim e vejo o que represento, em que local estou, sem soberba, sem tirania, sem arrogância, entende? Isso fica evidente nas letras desse CD, fica evidente na odisseia que ele te leva", explica o artista.
Dentre todas as faixas, uma das mais importantes é a homônima ao disco, um áudio de dona Francisca para Rômulo, o qual gostaria que o filho ouvisse em momentos que não estivesse bem, para "conseguir forças nas palavras deixadas por ela". Ele acredita que isso foi uma das formas mais genuínas de amor deixadas pela mãe. Mesmo em uma cama na UTI, consumida pela doença, não deixou de pensar nele.
"Às vezes ouço esses áudios e choro, mas muitas vezes esses áudios me dão uma espécie de vigor, de energia locomotiva. Então, pensei, 'Bom, alguém vai precisar ouvir isso também para sentir a mesma coisa e sair do canto'. Ao mesmo tempo é uma forma de homenagear o que ela foi, tirar um peso, tirar um nó, sabe?".
Evolução
Da primeira até a última faixa, é possível ver, ouvir e entender a evolução musical que foi causada propositalmente. Para ele, a mixtape tem um crescente. Começa numa ambiência muito baixa, bem melancólica e cresce de acordo com o andamento das faixas, vai crescendo, se tornando mais rápida, mais agressiva e mais positiva.
"Esse crescimento, esse desaforamento, começa com tracks mais densas, mais tensas, é proposital e se dá como um reflexo de odisseia e como reflexo da minha vida também. Como fui fazendo as coisas numa batida mais melancólica e me tornando mais rápido, mais agressivo, mais positivo, até chegar onde estou hoje".
Patchs
O primeiro patch da mixtape foi feito para um extinto coletivo que tinha Bivolt, Eloy Polêmico, Félix, Xamã, Augusto Oliveira, Wendel, Leona e o próprio Rômulo como participantes. Ele quis reaproveitar para usar na mixtape, já que tem um significado. Acredita que a ideia é "poder sobre todas as coisas", faz uma referência ao próprio logo.
"A chuva cai sob todos no mundo e ela não faz distinção de pessoas, não olha a classe social de ninguém. Ela exerce poder sob todas as pessoas e isso é uma referência a arte. A arte ela está sob as pessoas e tem poder sob elas. O olho que tudo vê também faz referência a algo que está acima de nós, algo sobrenatural. Deus. Independente da nossa crença. Faz também referência a música, já que ela tem um poder sobrenatural sob nós".
Na concepção de Rômulo, a música transforma as pessoas, cura e faz elas reagirem, traz a emoção e o poder sob todas as coisas. Sempre passou para ele a sensação de não estar só e acredita que seus ouvintes por vezes podem se sentir assim também.
Já o segundo patch, um coração rachado e um raio no meio dessa rachadura, dá a impressão de que é o coração rachado e dentro do coração uma eletricidade, uma energia. Para ele corações quebrados geram energia. Esse patch traz uma mensagem positiva, mesmo que a pessoa esteja em um dia ruim ou com o coração destruído.
Rômulo se antecipou e soltou algumas faixas da mixtape como single, a mais recente foi com o rapper paulistano niLL, "Multiverso", produzida por Tadela e Sérgio Estranho. Após o lançamento oficial da mixtape, dia 23 de setembro, ele pretende lançar alguns clipes, fazer shows em São Paulo, onde reside atualmente, e fora do eixo, principalmente na Região Nordeste, onde estão fincadas suas raízes e para um futuro não muito distante, já pensa em um EP.
Website:
https://www.instagram.com/romulo_boca