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24/09/2019 16:11

Sindicatos se reinventam e apostam no marketing profissional para enfrentar crise


São Paulo--(DINO - 24 set, 2019) - Os sindicatos brasileiros passam por uma crise existencial. Abalados pelo fim da contribuição sindical obrigatória, fruto da reforma trabalhista realizada pelo Congresso brasileiro, as entidades que representam os trabalhadores viram suas receitas caírem drasticamente por essas e outras medidas tomadas pelo governo e pelos parlamentares. Por algum tempo, proibiu-se inclusive o recolhimento de mensalidades por meio do desconto em folha de pagamento - método sem o qual muitos sindicatos poderiam se inviabilizar.

"As reformas que o governo fez foram para destruir os sindicatos e a primeira consequência é que ficamos sem dinheiro, pois foram colocados mil obstáculos para o recebimento da contribuição do trabalhador", analisa Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários e também da central sindical UGT (União Geral dos Trabalhadores). Mas, como diz o ditado, é na crise que aparecem oportunidades. Talvez a maior descoberta dos sindicatos tenha sido a necessidade de se reconectar com seus representados, entendê-los melhor e fornecer a exata assistência que eles esperam. Essa é a conclusão a que muitos sindicatos já chegaram por meio de um trabalho antes negligenciado pelas entidades: o marketing.

Um dos primeiros sindicatos a perceber a necessidade desse movimento foi justamente o Sindicato dos Comerciários de São Paulo que contratou, há aproximadamente um ano, uma agência de marketing com foco em resultados digitais. "Sempre trabalhamos com a comunicação tradicional, mas com a nova realidade resolvemos recorrer ao que há de mais moderno, que é o marketing digital. Somos pioneiros na profissionalização desse serviço por entendermos que é o caminho mais curto para chegarmos ao nosso público", diz Patah, que cita entre os principais desafios desfazer a imagem ruim que o governo criou dos sindicatos.

Com pouco tempo e pouco recurso para reverter o jogo, os sindicatos buscaram no discurso do marketing uma solução para sensibilizar e se reaproximar de seus representados. "Percebemos que antes qualquer conteúdo que falava sobre a luta política dos sindicatos era muito mal recebido", aponta Emilio Franco Jr., sócio da ASAN, agência de marketing que, entre seus clientes de diferentes ramos, atende políticos e entidades como o Sindicato dos Comerciários de São Paulo. Ele aponta que o mais interessante é ver as pessoas descobrindo como o sindicato funciona e todos os benefícios que oferece. "Percebemos um aumento no interesse pelo sindicato". Ele explica que as conclusões são todas baseadas em análise de dados que permite concluir que, atualmente, mais de 80% dos comentários nas redes sociais são positivos em relação ao sindicato dos comerciários.

Amanda Santoro, sócia da agência, acrescenta que todos os resultados colhidos são fruto de uma rigorosa estratégia desenvolvida mês a mês que inclui o acompanhamento de métricas para entender todo o comportamento da categoria. "O mais interessante é ver o envolvimento cada vez maior com os conteúdos do sindicato e o crescente interesse em saber mais sobre os benefícios". Em pouco mais de seis meses de trabalho, a fanpage da entidade no Facebook cresceu mais de 20 vezes em número de seguidores e, conforme conta Santoro, as métricas tradicionais adotadas pelo mercado mostram que as pessoas não só são cada vez mais impactadas pelas ações digitais do sindicato como se envolvem de maneira crescente com os conteúdos elaborados.

Ela ainda conta que o trabalho é mais complexo do que aparenta e que os resultados só são possíveis pelo entendimento do presidente da entidade, Ricardo Patah, da necessidade de uma existência digital que inclua não só redes sociais, mas também email e um eficiente trabalho de performance, que envolve concepção, teste e otimização diária de campanhas de marketing em plataformas com o objetivo de impactar o público-alvo e conseguir dele as ações desejadas.

No caso do Sindicato dos Comerciários, por exemplo, o foco deste trabalho de performance é gerar um interesse maior em associação. "Detectamos inicialmente diversos problemas que dificultam a filiação online dos trabalhadores e, em parceria com a equipe do sindicato, começamos a enfrentar cada um dos problemas", conta Santoro. Atualmente, a agência aproveita para prestar uma consultoria junto ao seu trabalho de marketing com a finalidade de apontar caminhos necessários para que os resultados apareçam em volumes cada vez maiores. "Percebemos que hoje o interesse em se associar é muito maior do que há seis meses e as associações online propriamente ditas estão crescendo".

Com dificuldades de conseguir a contribuição financeira voluntária para suas entidades, o marketing tem sido um aliado importante para a reconstrução da imagem dos sindicatos. Ao que tudo indica, esse trabalho não resolve todos os problemas, mas se tornou indispensável para os sindicatos nessa caminhada desafiadora. "Tenho certeza que esse é um caminho sem volta", finaliza Ricardo Patah.


Website: http://www.asan.marketing

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