Por Pedro Caramuru
São Paulo, 16/04/2021 - Levantamento feito pelo banco Modalmais e consultoria AP Exata aponta que o governo Jair Bolsonaro tem a aprovação, como bom ou ótimo, de 31,2% dos brasileiros, mesmo índice aferido na última semana. Os que avaliam a gestão como ruim ou péssima somam 43,3% e os que avaliam como regular são 25,5%, números também estáveis em relação à semana passada.
O resultado da semana se deve principalmente à militância bolsonarista que foi capaz de manter a aprovação do presidente estável, apesar das intensas movimentações políticas ao longo da semana, como a abertura de comissão parlamentar de inquérito no Senado para investigar as ações do governo federal no combate à covid-19 e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), que reforçou anulação das condenações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e determinou prazo para apreciação dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro.
Nas redes sociais, o entendimento dos internautas é de que a operação Lava Jato chegou ao fim. Aos apoiadores de Bolsonaro, a anulação das condenações contra Lula reforçou a crença de que o STF toma decisões para prejudicar o atual presidente. Já para os apoiadores de Lula, a decisão foi uma mostra de que o petista estará apto para concorrer às próximas eleições presidenciais.
Os ataques do presidente Bolsonaro ao STF têm sido mais explícitos, porém, pouco eficazes em agregar apoio ao governo, aponta o relatório. Entretanto, “estimulam o imaginário a as ações da militância governista, mantendo ativa a narrativa de que o sistema é contra Bolsonaro”, reforça o texto.
No Congresso, a abertura da CPI da Pandemia poderá afetar a percepção dos brasileiros sobre as Forças Armadas, uma vez que o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, é um dos alvos mais enfraquecidos da investigação. A movimentação para incluir governadores e prefeitos na investigação foi usada como artífice retórico nas redes, porém encontrou pouco eco nos corredores do Legislativo.
Outro ponto que contribuiu para a popularidade do presidente nesta semana foram as críticas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Opositores voltaram a pedir a queda do ministro sob alegações de que Salles tem agido para proteger madeireiros ilegais. As críticas devem ganhar corpo após o Ministério Público pedir ao Tribunal de Contas da União o afastamento do ministro por ingerência indevida no caso de madeiras apreendidas.
Na esfera econômica, o ministro Paulo Guedes segue exposto às críticas dos internautas sob acusação de ter sido inábil na negociação com o Parlamento sobre o Orçamento para 2021. Para a análise das redes, Bolsonaro deverá se abster de um veto à previsão orçamentária a fim de se proteger com parlamentares contra um eventual processo de impeachment.
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