Por Pedro Caramuru, Matheus de Souza e Amanda Pupo
São Paulo e Brasília, 19/05/2021 - O ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello atribuiu à secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Mayra Pinheiro, a autoria do ofício recomendando aos Estados brasileiros que “fosse difundido e adotado o tratamento precoce como forma de diminuir o número de internações e óbitos”.
O tratamento precoce, ainda que falte comprovação de sua eficácia, é defendido por membros do governo federal como alternativa a medidas de prevenção como o distanciamento físico entre as pessoas e o uso de máscaras.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, Pazuello defendeu que “o atendimento imediato com a prescrição do médico, dos medicamentos disponíveis, reduz a quantidade de pessoas que vai chegar na fase de agravamento da doença”. “Se não controlássemos a entrada [do sistema de saúde], o meio [pacientes com sintomas de médio a grave] seria impactado demais”, disse Pazuello desenhando a curva com as mãos. “Em momento algum pode parar o atendimento imediato.”
Mayra deve ser ouvida amanhã (20) pelo colegiado. Conhecida pelo epíteto de “capitã cloroquina”, a secretária chegou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) habeas corpus pelo direito de não se autoincriminar perante a CPI, porém o pedido foi negado.
Apesar da defesa da prescrição médica para o uso do medicamento, Pazuello admitiu mais cedo em seu depoimento que quando foi acometido pela doença, em outubro do ano passado, mesmo sem recomendação do hospital que o atendeu, ele tomou “tudo que qualquer um podia me falar que tinha que tomar”.
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