Por Pedro Caramuru
São Paulo, 27/04/2021 - O banco Modalmais reduziu em 29,3% a projeção para a oferta de vacinas contra covid-19 no Brasil em maio, de um volume de 45,2 milhões de doses previsto há duas semanas, para 32,4 milhões de doses no levantamento divulgado nesta segunda-feira, 26. Mesmo com a redução, a instituição financeira elevou em 1,5 milhão de doses a oferta do imunizante até o final do ano no País, para 524,2 milhões de doses
A queda na expectativa de oferta de vacinas para maio acontece em razão da redução das estimativas para a disponibilidade de doses da Coronavac, do Consórcio Covax e da Pfizer, ainda que a disponibilidade da AstraZeneca/Oxford permaneça inalterada. Ao todo, 5,6 milhões de doses da Coronavac, 21,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford, 2,8 milhões do Consórcio Covax e 2,5 milhões da vacina da Pfizer devem ser distribuídas.
Sputnik V
A decisão ontem da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de proibir a importação do imunizante Sputnik V não altera a projeção do Modalmais, uma vez que sua incorporação ao Plano Nacional de Imunização já havia sido descartada anteriormente pela instituição financeira pelas incertezas levantadas. O cronograma também desconsidera 8 milhões de vacinas importadas da Índia devido ao recrudescimento da doença no país e possíveis entraves à exportação de insumos.
Conforme destaca o relatório do banco, o principal risco ao calendário vacinal são novos atrasos no cronograma e risco à cadeia logística adotada pelo Ministério da Saúde. Diante da incerteza de novas entregas e estocagem da segunda dose das vacinas pelas autoridades locais, o levantamento aponta ser mais difícil precisar o momento de vacinação de cada parcela da população.
A projeção também estima que o principal afluxo de doses para o País será postergado. Antes, a previsão era de que entre julho e setembro o Brasil recebesse o maior volume de vacinas. Agora, a estimativa é que os meses de outubro a dezembro irão representar o maior aporte de doses, com 70,2 milhões de doses por mês.
Segundo o comunicado, "a projeção contempla 524,2 milhões de doses, o que, caso cumprido, seria suficiente para imunizar toda a população brasileira com tranquilidade. Caso o cronograma de oferta de doses seja efetivado, amplos setores da sociedade podem ser vacinados até o fim do terceiro trimestre: pessoas com 50 anos ou mais a partir do início de junho e, a partir do meio de agosto, pessoas com 30 anos ou mais", conclui.
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