Por Daniel Weterman
Brasília, 26/04/2021 - O senador Renan Calheiros (MDB-AL) chamou de "esdrúxula" a decisão da Justiça Federal do Distrito Federal de barrá-lo na função de relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19. Ao Broadcast Político, o parlamentar afirmou que vai recorrer da determinação e apontou influência do presidente Jair Bolsonaro na determinação judicial.
"Isso não tem sentido. Uma interferência de um poder limita o Senado Federal. O Senado tem poderes constitucionais para proceder com a investigação, não pode ter interferência judicial. Na história do Brasil, é a decisão mais esdrúxula", afirmou Calheiros. A decisão foi dada após pedido da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente Jair Bolsonaro.
"Não é Carla Zambelli. É o Bolsonaro. O Flávio Bolsonaro anunciou essa decisão segunda-feira", disse o senador, em referência à entrevista do filho do presidente da República ao jornal O Globo, em que Flávio criticou a indicação de Renan para compor a CPI. "Eu continuo sem saber por que esse medo", afirmou Calheiros.
Renan Calheiros negou que a decisão interfira em seu posicionamento como relator da CPI, que deve ser instalada amanhã para investigar a conduta do governo federal na pandemia e o repasse de verbas a Estados e municípios. "Conduzirei a relatoria com absoluta isenção e imparcialidade. Nós queremos ver como destravar a vacinação e, paralelamente, fazer a apuração dos fatos."
Contato: daniel.weterman@estadao.com;
Para saber mais sobre o Broadcast Político, entre em contato com comercial.ae@estadao.com