A margem financeira total do Bradesco alcançou R$ 14,773 bilhões no terceiro trimestre deste ano, aumento de 5,9% em 12 meses. No comparativo trimestral teve alta de 2,1%.
O impulso anual para o crescimento da margem veio de melhores resultados na tesouraria do banco e ainda maior apetite no crédito. A margem com o mercado, que reflete basicamente as operações de tesouraria, somou R$ 2,270 bilhões no terceiro trimestre, 9,9% maior em um ano. No trimestre, porém, teve leve queda de 0,6%.
Já a margem com clientes, que compreende os spreads ganhos com a carteira de crédito, somou R$ 12,503 bilhões de julho a setembro, cifra 5,2% maior em um ano e 2,6% superior no trimestre.
O Bradesco tem acelerado o ritmo de crescimento nos empréstimos às pessoas físicas e micro e pequenas empresas que, a despeito de maior risco, trazem spreads e margens maiores para o banco.
Assim, a taxa média da margem financeira com clientes permaneceu estável em 10,5% no terceiro trimestre ante o segundo depois de quatro quedas seguidas.
Já o spread líquido do Bradesco ficou em 7,6% ao fim de setembro, acima do término de junho, de 7,4%. Trata-se da terceira subida consecutiva do indicador.
Índice de Basileia
O índice de Basileia do Bradesco, que mede o quanto o banco pode emprestar sem comprometer o seu capital, encerrou o terceiro trimestre em 18,1%, inferior ao segundo trimestre, de 18,6%. Em um ano, porém, houve aumento de 1,3 ponto porcentual.
O indicador de capital principal, isto é, próprio dos acionistas, foi a 13,4% no terceiro trimestre, abaixo dos três meses anteriores, de 13,7%.
Já o índice de capital de nível 1, de melhor qualidade, era de 14,7% ao fim de setembro, ante 15,0% ao fim de setembro.
"A geração operacional de capital, através do lucro líquido, foi suficiente para absorver os efeitos do crescimento da carteira de crédito e de outros ativos ponderados pelo risco", destaca o Bradesco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
Inadimplência
A inadimplência do Bradesco, considerando atrasos acima de 90 dias, foi a 3,6% no terceiro trimestre, piora de 0,4 ponto porcentual em relação ao segundo trimestre, quando estava em 3,2%. Em um ano, o indicador ficou estável.
A piora da inadimplência ocorreu por conta do comportamento de casos pontuais da carteira de pessoas jurídicas, tanto nas micro e pequenas empresas como nos grandes grupos, de acordo com o Bradesco. O banco acrescenta, porém, que desde o início de 2018 todos os segmentos apresentaram melhora no indicador e uma redução de 2,0 p.p. no índice total desde o pico da inadimplência em março de 2017.
Na contramão, a inadimplência do Bradesco de curto prazo, que compreende atrasos entre 15 e 90 dias, melhorou. Era de 3,9% no segundo trimestre e caiu a 3,5% no terceiro. A melhora ocorreu por conta da regularização de operações e pelo comportamento de casos pontuais da carteira de grandes empresas, que migraram de faixa de atraso.
As despesas com provisões, as chamadas PDDs, somaram R$ 4,522 bilhões no terceiro trimestre, queda de 6,9% em um ano. No trimestre, porém, subiram 4,0%. Considerando as receitas com recuperação de crédito, os descontos concedidos e impairment de ativos financeiros, as PDDs do Bradesco alcançaram R$ 3,336 bilhões, quedas de 5,8% e 4,3%, respectivamente.
O saldo total de PDDs do Bradesco somou R$ 36,142 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 2,6% em um ano. Em relação aos três meses anteriores, entretanto, caiu 1,9%.