São Paulo, 13/09/2019 - Produtores de soja participantes de Rede de Pesquisa do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb) tiveram nos últimos cinco anos produtividade média 30% maior do que a mostrada pelos levantamentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A Rede de Pesquisa, composta por 18 instituições, entre elas fundações, universidades, consultores e centros de estudos, constatou que algumas práticas levaram as lavouras a responder de forma positiva em termos de aumento de produtividade por unidade de área.
Os estudos e observações do Cesb revelam que a média produtiva de soja chega a ser de 6% a 8% maior, associando semente de qualidade (vigor maior que 85%), velocidade de plantio entre 5 km/h a 6 km/h e distribuição pneumática das sementes.
De acordo com o Cesb, a forma de distribuição dos fertilizantes também influencia no sucesso da lavoura. "Nesse contexto, cabe ressaltar que os mesmos estudos apontaram uma correlação positiva entre profundidade de fertilizante aplicado e produtividade”, informa em comunicado o coordenador Técnico e de Pesquisa do Cesb, João Pascoalino.
Os resultados da Rede de Pesquisa do CESB sugerem que o arranjo espacial das plantas é primordial para garantir uma boa safra. Em ambientes com média produtiva superior a 75 sacas/hectare, a utilização de cultivares engalhadas e população reduzida apresentou médias produtivas iguais ou maiores quando comparadas com o manejo utilizando população recomendada para o cultivar em questão.
A correção química do solo com calcário se mostrou como uma aliada no ganho de produtividade da cultura. “A relação foi direta. Ou seja, quanto mais profunda a correção no perfil de solo, maior foi a produtividade”, destaca Pascoalino.
O coordenador afirma que esses resultados revelam tendências que servem como um indicativo de como a cultura de soja pode responder às condições específicas de manejo. Segundo ele, a partir desses resultados uma nova era de agricultura vai se delineando, surgindo várias modalidades de agricultura: de posicionamento estratégico de material genético, de formação de raiz em profundidade, etc. “Embora possam ser modalidades de agricultura distintas, elas se mostram conectadas entre si com um objetivo comum: o aumento da produtividade com sustentabilidade e rentabilidade”, complementa.
Os estudos ocorreram nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia, São Paulo e Minas Gerais, que são os principais produtores da oleaginosa no Brasil.