Por Isadora Duarte
São Paulo, 12/09/2019 - Exportadores dos Estados Unidos venderam 10,9 mil toneladas de carne suína para a China, na semana encerrada em 5 de setembro, de acordo com o relatório semanal de exportações publicado nesta manhã pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O volume é 678% maior que o reportado na semana anterior. O montante representa ainda 50% do total vendido pelos EUA na semana, de 21,9 mil toneladas de carne suína.
No mesmo período, foram embarcadas para o país asiático 5,1 mil toneladas de carne suína norte-americana, de contratos previamente fechados. Entre 30 de agosto e 5 de setembro, exportadores dos EUA enviaram ao exterior 20,9 mil toneladas do produto.
Após o reporte de venda, os futuros de suínos sobem cerca de 5% na Bolsa Mercantil de Chicago (CME, na sigla em inglês). A notícia ocorre em meio à afirmação do presidente norte-americano, Donald Trump, de que a China deve comprar "grandes montantes" de produtos agrícolas norte-americanos. "Espera-se que a China compre grandes quantidades de nossos produtos agrícolas", escreveu Trump, nesta manhã, em sua conta oficial do Twitter. Mais cedo, o Ministério de Comércio da China informou que empresas chinesas começaram a fazer levantamentos de preços de bens agrícolas americanos. Os levantamentos de preços, que podem levar os chineses a retomar as compras de produtos agrícolas dos EUA, incluem itens como soja e carne suína.
Exportadores norte-americanos esperam realizar expressivas vendas para o país asiático, já que a China tem apresentado maior necessidade de importação de proteína animal por causa da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) que atingiu o plantel do país. A China impôs em julho de 2018 uma tarifa retaliatória de 62% sobre a carne suína norte-americana, em virtude do conflito comercial entre os dois países. Além dessa taxa, desde 1º de setembro, está em vigor uma tarifa adicional de 10% sobre a carne suína norte-americana.
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