Por Julliana Martins
São Paulo, 02/10/2020 - O presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan, disse nesta sexta-feira que o setor está preocupado com o rápido esgotamento dos recursos disponibilizados no Plano Safra 2020/21, especialmente da modalidade Moderfrota, o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras. A afirmação foi feita em seminário virtual promovido pela associação.
Segundo Marchesan, a Abimaq já enviou uma carta pedindo a atenção do presidente Jair Bolsonaro, da ministra da Agricultura, Teresa Cristina, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, a respeito do esgotamento das vias de financiamento e sobre a possibilidade de conseguirem um suplemento a esses recursos. "Sabemos que isso não é fácil, mas estamos trabalhando para tentar viabilizar isso", afirmou. Ele acrescentou que, nesse sentido, terá uma reunião com o vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil (BB), na próxima semana, para avaliar o volume de recursos próprios que o banco tem e fazer um balanço de até quando essa reserva pode durar.
Outra preocupação da associação é a escassez de insumos, em especial do aço. "Nós estamos vivendo um momento em que fornecedores baixaram as suas produções. Agora, na retomada do setor, que vem sendo muito rápida, estamos crescendo desabastecidos", afirmou Marchesan. O executivo disse também que os preços dispararam, principalmente no segmento da distribuição, o que afeta diretamente os custos das indústrias. Dessa forma, eles vão realizar algumas reuniões com grupos econômicos do País, enquanto analisam a alternativa de baixar os impostos de importação de aço longo, plano e não plano.
Marchesan comentou, ainda, que a Abimaq está atenta à abertura comercial do País. "Tem um pessoal que quer abrir economia e zerar impostos de importação, sem as devidas cautelas", disse. Segundo ele, é preciso eliminar uma série de assimetrias desse assunto. No âmbito político, a associação está atuando em pautas como a reforma tributária, a reforma administrativa, a proposta de pacto federativo, a continuidade da desoneração da folha de pagamento, o marco do saneamento, dentre outras, citou o executivo.
O presidente do Conselho de Administração da associação encerrou a sua apresentação no seminário comentando que a perspectiva para 2021 é de que forte crescimento das empresas de máquinas agrícolas, desde que não haja problemas climáticos.
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