Por Leticia Pakulski
São Paulo, 02/10/2020 - A área plantada com grãos na safra 2020/21 deve crescer 2% no Brasil, totalizando 67,74 milhões de hectares, aponta a consultoria Datagro, em nota. Conforme a consultoria, a produção potencial é de 276,32 milhões de toneladas, 6% acima do recorde da temporada anterior, segundo a consultoria.
Conforme o coordenador de grãos da Datagro, Flávio de França Junior, a nova temporada começa com um quadro mais animador do que o verificado em igual momento de 2019 "em função de razoável oferta de crédito e preços excepcionais observados nas principais culturas".
Para oleaginosas (caroço de algodão, amendoim, colza/canola, girassol, linhaça, mamona, soja, babaçu-amêndoa e palma-fruto), a Datagro prevê área de 39,81 milhões de hectares, alta de 2% ante 2019/20, e produção 4% maior do que no ano anterior, de 137,54 milhões de toneladas. Só de soja, o Brasil deve colher 131,69 milhões de toneladas, conforme a consultoria.
Já de cereais (arroz, aveia, centeio, cevada, feijão, milho, sorgo, trigo e triticale), o plantio deve ficar 3% acima da última safra, em 27,93 milhões de hectares. A Datagro estima produção de 138,79 milhões de toneladas, avanço de 8% na comparação com 2019/20. Só de milho, nas duas safras, a colheita pode chegar a 112,14 milhões de toneladas.
A Datagro monitora, contudo, o clima no País, que pode ser fator limitante para a produção. Segundo a consultoria, até agora as projeções ainda não apontam grandes anomalias nas chuvas. "Em 2020, temos a transição de neutralidade para La Niña, que, a depender de sua intensidade, pode trazer chuvas aquém do normal no Centro-Sul e acima do normal no Centro-Norte", disse França Junior. Ele ponderou que até agora a perspectiva não é de um La Niña intenso e nem de longa duração. "O único efeito já percebido é do atraso na chegada das chuvas na região Central, o que vai mantendo o plantio lento até este momento."
O padrão de uso de tecnologia elevado será mantido pelos produtores brasileiros, disse a Datagro, citando os preços de venda atrativos, apesar dos custos de produção mais altos devido ao câmbio.
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