São Paulo--(
DINO - 16 out, 2019) -
O mercado brasileiro de bebidas destiladas está cada vez mais favorável às marcas que oferecem novas experiências ao consumidor. De acordo com especialistas e profissionais do setor, além do sabor, o segredo do sucesso está na proposta de construção da identidade e na experiência de consumo oferecida ao público alvo.
Giuliano Longobardo, que tem 28 anos e está à frente da Salvatore Longobardo Licores, conta que o mercado brasileiro é desafiador, mas oferece boas oportunidades. “Resiliência é a palavra-chave. Os pequenos produtores encontram muitas barreiras para se estabelecer. Mas é possível conquistar espaço com produtos de qualidade”, observa. Um dos grandes diferenciais é a apresentação da marca e, no seu caso, a tradição que envolve o produto, uma receita que herdou de sua família italiana.
Embora seja considerado um nicho pequeno quando comparado às bebidas fermentadas como cerveja e vinho, os destilados podem encontrar um terreno fértil para expansão. Uma das justificativas é o bom consumo per capita de bebidas alcoólicas. De acordo com dados do Euromonitor, cerca de 14 milhões de litros foram consumidos no Brasil em 2018. A trinca cerveja (12,5 milhões de litros), cachaça (520 mil litros) e vinho (311 mil litros) ainda lidera a lista dos produtos mais vendidos.
Responsável pelos negócios da BEG Gin, Felipe Santoro de 32 anos, aposta no momento promissor para destilados no Brasil. “O mercado nacional está favorável para marcas que oferecem conceito e proposta de qualidade com diferencial sensorial e visual. E, acrescenta, existe um diferencial em ser nacional e artesanal, o brasileiro está começando a apreciar os pequenos e médios produtores e enxergar um valor agregado nisso”.
No entanto, é possível observar um volume elevado de bebidas mistas, que registraram mais de 130 mil litros consumidos no ano passado, segundo o Euromonitor. O dado pode ser um bom indicativo da busca do consumidor por experiências diferenciadas. Rejuvenescer o conceito deste tipo de bebida é justamente o que um grupo de jovens empreendedores buscam no mercado.
Em muitos casos, o sucesso depende de uma conjuntura de fatores que envolvem desde um plano de negócios e de marketing eficiente até o fato de a bebida cair no gosto das pessoas. “O Brasil é um país onde bebidas da moda pegam. Claro que o sucesso de tudo depende de muita dedicação e trabalho. Mas se uma bebida cai nas graças do público, o céu é o limite”, avalia Daniel Chinzon, 27 anos, da cachaçaria Babuxca.
De acordo com Giuliano “Os hábitos de consumo mudaram nos últimos anos, o público vem se tornando cada vez mais exigente na busca por produtos de qualidade. Porém, estão cada vez mais dispostos a experimentar diferentes bebidas como, por exemplo, nossos licores. Por mais que o eixo cerveja/cachaça seja predominante, existe bastante espaço para conquistar os consumidores. ”
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