Por: Gabriel Wainer
São Paulo, 13/06/2019 - O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), disse, em entrevista à GloboNews, que espera que a apresentação do parecer do relator sobre a reforma, Samuel Moreira (PSDB-SP), ocorra sem obstrução da oposição. De acordo com ele, ficou difícil para o bloco ficar contra reforma porque "tudo o que eles queriam que fosse retirado, como BPC, aposentadoria rural e idade mínima de 60 anos para professores, caiu".
Ramos também comentou a retirada dos Estados e municípios da reforma. "Faltou coragem antecipada de governadores para discutir a reforma em suas Assembleias Legislativas", disse. O deputado também ressaltou que governadores do Nordeste, principalmente, publicamente se manifestavam contra, mas, nos bastidores, queriam a reforma. "Essa tentativa de constranger o Parlamento não funciona", completou. Ramos ponderou, no entanto, que acredita ser possível a inclusão dos Estados e municípios em Plenário. "Há chance efetiva de que, no Plenário, Estados e municípios sejam incluídos na reforma".
O relator da reforma estima que, caso o projeto seja aprovado do jeito que está hoje, em 10 anos o governo terá uma economia de R$ 850 bilhões. "Com esse valor, estaremos entregando uma economia maior do que a que o governo pediu porque a capitalização que o governo queria, teria um custo astronômico no primeiro ano", ressaltou, embora tenha ponderado que Moreira está elaborando mecanismos para a economia chegar ao R$ 1 trilhão desejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ramos ainda citou que toda a sociedade deve fazer sacrifícios, "incluindo aqueles que lucram muito mesmo em períodos de crise, como bancos". Nesse sentido, o deputado afirmou que a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSSL) dos bancos poderia, no relatório de Samuel Moreira, ficar em 20% para financiar a Previdência.
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