Por Matheus de Souza e Nicholas Shores
São Paulo, 16/05/2021 - Morreu hoje, aos 41 anos, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB). Ele lutava desde novembro de 2019 contra um câncer que, inicialmente, atingiu o trato digestivo. Nas últimas semanas, exames detectaram novos tumores no fígado, na estrutura da bacia e na coluna vertebral.
No dia 2, ele se licenciou do cargo para se dedicar ao tratamento. E, no dia seguinte, 3, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, onde foi intubado após exames detectarem hemorragia em um dos órgãos atingidos pelo câncer, o que agravou seu estado clínico. Um dia depois, ele foi extubado e deixou a UTI. Na sexta-feira, 14 de maio, um boletim médico informou que o quadro de Covas era irreversível. Covas deixa um filho de 15 anos, Tomás Covas Lopes.
Bruno Covas Lopes nasceu em 7 de abril de 1980, em Santos (SP). Filho de Pedro Mauro Lopes e Renata Covas Lopes, herdou o icônico sobrenome de seu avô materno, Mário Covas Júnior, governador de São Paulo de 1995 a 2001 e um dos fundadores do PSDB, partido ao qual Bruno se filiou aos 18 anos. O ex-governador também morreu vítima de câncer, no dia 6 de março de 2001.
Formado em Direito pela USP em 2002 e em Economia pela PUC-SP em 2005, Bruno Covas ostentava com orgulho seu passado político dentro do PSDB. “Desde muito jovem sempre gostei de política, tive influência dentro de casa e hoje tenho a honra de ser prefeito dessa cidade que amo”, declarou o prefeito paulista em publicação recente em suas redes sociais.
Covas foi eleito pela primeira vez para um cargo público em 2006, como deputado da Assembleia Legislativa paulista, reelegendo-se em 2010. Em 2011, assumiu a Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo no governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Na eleição de 2014, conquistou um assento na Câmara dos Deputados em Brasília, do qual se licenciou em 2017 para assumir o posto de vice-prefeito da capital paulista.
O tucano assumiu definitivamente o comando da gestão municipal em abril de 2018, quando o então prefeito João Doria (PSDB) se licenciou para disputar o governo do Estado, vencendo o pleito no primeiro turno. No ano passado, com a chegada do novo coronavírus ao Brasil, Covas mudou-se temporariamente para a sede da Prefeitura, o Edifício Matarazzo, no centro de São Paulo, com o objetivo de acompanhar o enfrentamento à pandemia sete dias por semana.
Ele chegou a ser diagnosticado com covid-19 em junho de 2020, mas, apesar dos riscos de agravamento decorrentes do tratamento de câncer, curou-se da doença sem complicações.
Na última eleição municipal, Covas derrotou o líder do movimento sem-teto Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno com 59,38% dos votos válidos e se elegeu para um novo mandato, do qual só se afastou no dia 2 de maio, a princípio, em uma licença de 30 dias, deixando seu vice, Ricardo Nunes, no comando do executivo municipal.
No PSDB, Bruno Covas era apontado como uma das principais jovens lideranças da legenda. Seu nome chegou a ser ventilado para a disputa da Presidência da República, no ano que vem. O sonho de ocupar a principal cadeira do Palácio do Planalto sempre esteve também na agenda de seu avô, que chegou a disputar esse pleito em 1989, ficando em quarto lugar na disputa. Assim como o avô, Bruno morreu durante o mandato.
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