Por Caio Sartori
Rio, 12/04/2021 - A representação do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) contra o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que é finalizada na tarde desta segunda-feira (12), deve versar sobre uma suposta quebra de decoro por parte do parlamentar de Goiás, ao gravar e divulgar a conversa que teve com o presidente Jair Bolsonaro - por telefone - sobre a CPI da Covid. Filho de Jair Bolsonaro, Flávio vai representar contra Jorge Kajuru no Conselho de Ética do Senado.
A representação vai na linha do que disse mais cedo o próprio Bolsonaro, que reclamou da divulgação da conversa - nela, o presidente pressiona o senador a incentivar pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da insatisfação do mandatário, não há proibição voltada para atitudes como a de Kajuru, já que o parlamentar era um dos participantes da conversa.
"A gravação é só com autorização judicial. Agora, gravar o presidente e divulgar... E outra, só para controle, falei mais coisas naquela conversa lá. Pode divulgar tudo da minha parte, tá?”, disse Bolsonaro.
Pouco depois, Kajuru divulgou mesmo um novo trecho. Nele, o presidente diz que “teria que sair na porrada” com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição na Casa. A afirmação se deu após o interlocutor afirmar que não participaria de uma CPI que tivesse como foco esmiuçar somente a omissão do governo federal no combate à pandemia.
"Se você não participa, daí a canalhada lá do Randolfe Rodrigues vai participar. E vai começar a encher o saco. Daí, vou ter que sair na porrada com um bosta desse”, afirma Bolsonaro.