Por Matheus de Souza e Amanda Pupo
São Paulo, 12/05/2021 - Entre os principais tratados com o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten no seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, estava a veiculação de uma peça publicitária intitulada “O Brasil Não Pode Parar”, transmitida no ano passado. Questionado sobre o tema, levando em conta que Wajngarten era o responsável pela Secretaria de Comunicação (Secom) no período que a propaganda circulou, ele afirmou não ter certeza se a peça era de “autoria e de assinatura” da repartição.
A peça foi alvo de diversas críticas entre os senadores, já que não preconizava a adoção de medidas como o distanciamento social para o combate a pandemia da covid-19, e reforçava as falas do presidente Jair Bolsonaro ao dizer que o Brasil “não pode parar”, incentivando a retomada de trabalhos, mesmo diante da crise sanitária.
Wajngarten salientou que, em março do ano passado, período em que a peça teria sido produzida e veiculada, ele ficou 26 dias afastados de seus trabalhos por ter contraído a covid-19, e reforçou não saber se a peça foi produzida dentro da estrutura da Secom. “Em março consta na minha planilha uma campanha do Ministério da Saúde que falava sobre medidas de prevenção, informações, sintomas, protocolos e informações. Contudo, de fato, me recordo de um vídeo circulando, ‘O Brasil Não Pode Parar’. Eu não tenho certeza se ele é de autoria e de assinatura da Secom” afirmou.
Questionado sobre a responsabilidade de aprovação das campanhas publicitárias do governo, o ex-secretário disse que todo fluxo de publicação das peças digitais “seguia caminho e passava por aprovação do AGU responsável pelo atendimento da Secom”. “Nenhuma peça, na minha gestão, foi publicada sem autorização do AGU responsável pela Secom” reforçou.
O vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), tentou conseguir o nome do agente da Advocacia-Geral da União (AGU), responsável pela aprovação da peça, no entanto, Wajngarten afirmou não saber o nome e que era “muito distante” da instituição, ressaltando que nem todas as peças publicitárias passavam pela sua aprovação.
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