Por Pedro Caramuru
São Paulo, 30/04/2021 - O presidente Jair Bolsonaro termina esta semana com a aprovação, avaliações boas ou ótimas, de 27,9% dos brasileiros (avanço de 0,4 pontos percentuais em relação à última semana). Segundo levantamento realizado pelo banco Modalmais e consultoria AP Exata, outros 47,7% avaliam a gestão como ruim ou péssima (redução de 0,3 p.p.) e 24,4% como regular (0,1 p.p. a menos).
Segundo o relatório, a ligeira melhora aponta que as avaliações positivas do presidente podem chegar ao nível de 30% nos próximos dias, entretanto este revelou ser o limite máximo da medida no atual cenário. O estudo leva em consideração as principais pesquisas de opinião no País, bem como a análise de publicações em redes sociais, e tem margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou menos.
Entre os pontos que contribuíram para a avaliação do governo, têm destaque a equipe ministerial do governo. Paulo Guedes, o ministro da Economia, sofre forte campanha nas redes diante do quadro econômico inflacionário e aparente “insensibilidade” aos mais pobres e “inabilidade política e social”, segundo aponta o comunicado.
Ontem (29), foram publicadas novas declarações do ministro em que ele afirma que até quem não tinha a “menor capacidade” e "não sabia ler nem escrever" conseguiu financiamento público para cursar uma universidade particular. Entre os exemplos, Guedes citou o caso do filho de um porteiro. Nas redes, cresce a especulação de que Guedes não faria falta ao governo já que foi atropelado pela agenda política e não conseguiu avançar as reformas nem conter o Orçamento para 2021.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por outro lado, se fortaleceu entre os conservadores pela postura vista como antiestablishment. Sinais do presidente apontam para o prestígio do ministro, amparado principalmente por políticos e empresários que se beneficiam do relaxamento da fiscalização ambiental.
Desde que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid foi instalada no Senado, a imagem do presidente não sofreu mudança significativa. Uma vez que militância governista conseguiu se apropriar de parte da disputa e questionar a ação de governadores e prefeitos, os trabalhos dificilmente irão afetar a popularidade do Governo, a não ser que sejam levantadas questões novas além das acusações já conhecidas.
Também no Congresso, a sugestão do líder do Governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), de fatiar a votação da reforma tributária foi mal vista. A proposta não havia sido acordada entre os pares e preocupa sobre a capacidade do governo de fazer avançar o texto.
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