Por Pedro Caramuru
São Paulo, 21/05/2021 - A popularidade do presidente Jair Bolsonaro se manteve próxima à estabilidade nesta semana, segundo pesquisa do banco Modalmais em parceria com a consultoria AP Exata. Segundo levantamento desta semana, 47,4% dos brasileiros avaliam o governo como ruim ou péssimo, mesmo valor registrado na última sexta-feira (14). Os que consideram o governo como ótimo ou bom são 28,1% e os que avaliam como regular, 24,5%, em linha com a semana passada.
Entre os pontos que contribuíram para que a percepção da popularidade do presidente se mantivesse constante, tem destaque o depoimento do ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello à CPI da Covid no Senado, o avanço do novo coronavírus no País e as investigações contra ministros da sua gestão, em especial, do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sob a mira da Polícia Federal nesta semana.
Segundo o levantamento, cerca de uma a cada dez menções no Twitter sobre o depoimento de Pazuello à CPI afirmaram que o ministro estaria mentindo. O mesmo fenômeno foi registrado durante o depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência e empresário Fábio Wajngarten na semana passada. O movimento para desmentir falas ditas durante as oitivas da CPI ultrapassou barreiras ideológicas e uniu ideais antibolsonaristas do Centro e esquerda. Neste contexto, o sentimento que sobressaltou nas redes sociais foi o de que o governo tem o hábito de dizer inverdades e da diminuição na confiança do governo.
Outro ponto que teve destaque esta semana é a preocupação de internautas com o risco de uma terceira onda da covid-19. Recentemente, após período de alta, os índices epidemiológicos passaram a apontar estabilidade no número de casos no Brasil. Para as redes, entretanto, o recrudescimento da pandemia neste momento poderia significar novas cepas, mais medidas restritivas e colapso do sistema de saúde. Atrasos na entrega de insumos para a produção de vacinas e insistência dos governistas em apoiar estratégias de tratamento sem embasamento científico reforçam a preocupação.
Também contribuiu para a avaliação do presidente a operação contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (19). A repercussão internacional do caso reforçou críticas contra a política ambiental do governo Bolsonaro e compromete a permanência de Salles no governo. Apesar disso, Bolsonaro não deu mostras de querer abrir mão do ministro ainda: durante transmissão semanal pelas redes, Bolsonaro elogiou o chefe das pasta.
Eleições 2022
Somando todas as menções, Bolsonaro (sem partido) é o presidenciável para 2022 mais comentado no Twitter, detendo mais da metade dos comentários, ou 54,7%. Na sequência, está o petista Luiz Inácio Lula da Silva com 29,2%. Os recentes ataques do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) à Lula, renderam ao pedetista um aumento de 96% em menções e ele termina a semana com 8% dos comentários. Os restantes dos possíveis candidatos não somam 2,0% do volume de menções.
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