O grupo japonês SoftBank deve assumir, a partir desta terça-feira, 22, o controle da empresa de escritórios compartilhados WeWork, disseram fontes próximas ao assunto à emissora americana CNBC. Segundo elas, a companhia liderada pelo bilionário Masayoshi Son deve injetar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões para ficar com cerca de 70% das ações do WeWork, avaliando a startup em algo em torno de US$ 8 bilhões - um pálido número frente à estimativa de US$ 47 bilhões do início do ano.
A injeção de capital do SoftBank no WeWork é a tática da japonesa para salvar um de seus investimentos mais agressivos, no qual já investiu US$ 10,65 bilhões. Nas últimas semanas, o WeWork tem passado por uma crise de confiança no mercado, depois que seu plano para abrir capital (IPO, na sigla em inglês) nos EUA foi recebido com desinteresse por potenciais investidores.
Descrédito
Não era à toa: apesar dos aportes polpudos, a empresa fundada por Adam Neumann tinha números ruins, com prejuízo de mais de US$ 900 milhões no primeiro semestre de 2019, e práticas de governança preocupantes. Com tamanha indiferença, o plano de IPO foi adiado, deflagrando uma crise.
O aporte vai reduzir a participação de Neumann, que deixou no mês passado o posto de presidente executivo da startup. Ele deve manter pouco mais de 10% dos papéis da empresa, reduzindo seu poder de interferência. O cofundador foi bastante criticado nas últimas semanas por práticas como cobrar aluguel do WeWork pelo uso de propriedades que estavam em seu nome.
Segundo as fontes da CNBC, parte dos novos recursos será aportado em garantias de contratos que estavam perto de expirar. Ainda de acordo com a publicação americana, um dos principais executivos do "novo" WeWork será o boliviano-americano Marcelo Claure. Ele é diretor de operações do SoftBank e um dos chefes do fundo que o grupo japonês abriu para investir US$ 5 bilhões na América Latina.
Espera-se ainda que o WeWork demita cerca de 2 mil pessoas - 13% de sua força de trabalho - como parte dos esforços para cortar gastos. Na semana passada, o jornal inglês The Guardian chegou a publicar que os cortes não devem parar por aí, citando funcionários que não quiseram se identificar. Hoje, o WeWork tem cerca de 15 mil funcionários no mundo. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.