Nova York, 26/07/2019 - O juiz Winifred Smith, do tribunal estadual da Califórnia no condado de Alameda, reduziu de US$ 2,0 bilhões para US$ 86,7 milhões a indenização que seria paga pela Bayer a um casal que afirmou que a exposição ao herbicida Roundup, feito à base de glifosato, fez com que eles desenvolvessem câncer. O juiz considerou que a multa indenizatória era inconstitucionalmente alta. É o terceiro veredicto em que a companhia conseguiu redução da indenização.
No processo de recurso, a Bayer solicitava a revogação do veredicto. Contudo, o juiz alegou que as evidências apresentadas no julgamento sustentavam a tese de que o Roundup causou câncer no casal e que a Monsanto não informou aos usuários sobre possíveis danos na aplicação do produto. "Há evidências de que a Monsanto tinha informações que não estavam disponíveis para a comunidade científica ou médica e que procurava impedir, desencorajar ou distorcer a investigação científica e a ciência resultante", disse o juiz.
Na semana passada, um juiz de São Francisco reduziu outra indenização da companhia de US$ 80 milhões para US$ 25,3 milhões. Novas audiências judiciais estão previstas para ocorrer nos próximos meses, a começar pelo condado de St. Louis em agosto. A Bayer enfrenta cerca de 13 mil processos judiciais envolvendo o Roundup, produzido pela adquirida Monsanto.
A Bayer afirmou, em comunicado para a imprensa, que a redução da indenização é "um passo na direção certa", mas que continua acreditando que a associação do produto ao câncer do casal "não é suportada pelas provas no julgamento e conflita com o extenso pesquisa científica e conclusões de órgão reguladores de saúde".
Os papéis da Bayer, negociados na Bolsa de Franskfurt, operavam em alta de 0,86%, por volta das 12h (de Brasília), a 59,69 euros por ação. Fonte: Dow Jones Newswires.