Por Daniela Amorim
Rio, 15/10/2020 - O rebanho bovino brasileiro alcançou 214,7 milhões de animais em 2019, uma alta de 0,4% em relação a 2018, o primeiro avanço depois de dois anos de quedas. Os dados são da Produção da Pecuária Municipal 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Em 2019, a pecuária brasileira foi influenciada, entre outros fatores, pelo contexto internacional. Com baixa no estoque de carne suína, consequência da peste que acometeu a espécie, e um mercado interno em expansão, a China precisou suprir a sua demanda interna por meio da importação de proteína animal. Somente do Brasil, esse país adquiriu 497,7 mil toneladas de carne bovina, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior - Secex, representando uma alta de 54,4% em relação ao ano anterior, e a sua importação de carne suína aumentou em 61,7%, o que fez o Brasil alcançar a marca de 244,1 mil toneladas exportadas dessa commodity”, justificou o IBGE.
O Brasil tinha o segundo maior rebanho bovino do mundo no ano passado, sendo o principal exportador e o segundo maior produtor, de acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).
“O ano de 2019 foi marcado pela alta do preço do boi gordo no último trimestre. O recorde de exportação da carne bovina, explicado, especialmente, pela demanda chinesa, refletiu-se nos preços de toda a cadeia, do bezerro ao consumidor final. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior - Secex, foram exportadas 1,5 milhão de toneladas de carne, com alta de 17,0% em relação ao ano anterior”, completou o IBGE.
O Estado de Mato Grosso manteve a liderança na criação de gado, com 31,7 milhões de cabeças de gado, o equivalente a 14,8% do rebanho nacional. O município com a maior quantidade de bovinos foi São Félix do Xingu, no Pará, com 2,2 milhões de animais. Corumbá, no Mato Grosso do Sul, figurou em segundo lugar, com 1,8 milhão de cabeças, seguido por Vila Bela da Santíssima Trindade, em Mato Grosso, com 1,2 milhão de bovinos.
Leite - O valor da produção do leite alcançou 43,1 bilhões de reais, avanço de 9,6%, em decorrência de aumentos tanto na produção quanto no preço. O preço médio nacional pago pelo litro do leite foi de R$ 1,24, alta de 6,7% em relação ao ano anterior.
Já o volume de leite somou 34,8 bilhões de litros, o segundo maior da série histórica iniciada em 1974. O volume ficou inferior apenas ao resultado de 2014, quando totalizou 35,1 bilhões de litros. A produção nacional de leite cresceu 2,7% em relação a 2018, embora o efetivo de vacas ordenhadas tenha encolhido 0,5%, para 16,3 milhões de animais. A produtividade ficou em 2.141 litros de leite por vaca ao ano. O Sudeste foi o maior produtor, com participação de 34,3% na produção nacional, após um avanço de 4,4% no volume de leite produzido. O Estado de Minas Gerais tinha o maior efetivo de vacas ordenhadas, 3,1 milhões de animais, uma redução de 0,3% no total de animais ante 2018.
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