Por: Gustavo Porto
Ribeirão Preto, 23/8/2019 - A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, admitiu hoje a preocupação com possíveis embargos ao agronegócio brasileiro em decorrência da crise ambiental após as queimadas na Amazônia. “Acabei de saber das notícias e nos preocupa”, disse a ministra após evento em Brasília. Hoje, o governo da Finlândia, que acumula a presidência rotativa da União Europeia (UE), pediu ao bloco econômico que avalie a possibilidade de vetar a compra carne bovina brasileira. Ontem, o presidente da França, Emmanuel Macron, também atacou o governo brasileiro.
A ministra, no entanto, avaliou que é preciso “baixar a temperatura” das críticas globais e ponderou: “temos de separar o que é queimada e o que é incêndio. Temo de se fazer uma diferença entre esses dois acontecimentos, pois estamos vivendo uma seca grande”, disse. “A Região Norte do Brasil às vezes fica seis meses sem chuva. Esse ano está mais seco e tem as queimadas maiores”.
Tereza Cristina lembrou que incêndios florestais ocorrem em vários lugares do planeta em épocas de estiagem e citou como exemplos os ocorridos na Califórnia, estado norte-americano exemplo de preocupação com o meio ambiente, segundo ela, além de outras regiões. “Acho que eles precisavam saber primeiro o que está acontecendo no Brasil antes de tomar qualquer tipo de medida. Houve incêndio em Portugal, esse ano, houve incêndio na Sibéria e o Brasil não questionou”, disse a ministra.
Para ela, o governo brasileiro tomará medidas emergenciais para o combate ao fogo em localidades da floresta amazônica, a serem anunciadas hoje pelo presidente Jair Bolsonaro. “A Amazônia é importante, o Brasil sabe disso e cuida da Amazônia. Vamos para ação, ver quem está queimando e punir quem precisa ser punido”, afirmou.
Segundo Tereza Cristina, produtores rurais também estão preocupados, pois também são prejudicados por incêndios, principalmente em palhadas que cobrem e protegem a terra entre a colheita de uma cultura o plantio de outras. “Não se pode dizer que porque temos um incêndio ou queimada acontecendo na Amazônia o agronegócio brasileiro é o grande destruidor e vamos fazer barreiras comerciais”, afirmou. “Vamos fazer o papel de bombeiro e não colocar notícias mais alarmantes do que já querem imputar ao País e aos produtores brasileiros”, concluiu.
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