São Paulo, 08/09/2020 - O acordo entre Marfrig e a Associação Paraguaia de Produtores e Exportadores de Carne (Appec), anunciado na sexta-feira (4), é positivo para a companhia brasileira, já que cria oportunidades alternativas de crescimento sem prejudicar muito a alavancagem, avaliou o Citi em comentário sobre o negócio.
A Marfrig terá participação de 85% na nova sociedade, enquanto a Apec ficará com 15%, disse a empresa brasileira em comunicado, acrescentando que poderá investir até US$ 100 milhões em 24 meses. "A Marfrig deverá contribuir com seu know-how em matéria de tecnologia, produção, comercialização e logística, enquanto a Appec buscará garantir uma quantidade significativa de matéria-prima e seus vastos conhecimentos no mercado local de modo a permitir o desenvolvimento do negócio de forma sustentável, com alta qualidade e a preços competitivos", afirmou a Marfrig.
Do ponto de vista estratégico, poderá haver algumas sinergias com as operações da Marfrig no Chile, já que o país é o maior importador de carne bovina do Paraguai, afirmou o Citi.
Segundo o banco, a alavancagem da Marfrig não é mais motivo de preocupação, após o bom resultado da companhia no segundo trimestre deste ano, que levou a relação dívida liquida/Ebitda a 2,07x, o menor nível em sua história. No primeiro trimestre, a alavancagem estava em 3,56x. Levando em consideração o investimento de US$ 100 milhões e supondo, de forma conservadora, que a operação não trará acréscimo ao Ebitda, a alavancagem cresceria para 2,13x, praticamente inalterada, disse o Citi.