Por Ernani Fagundes
São Paulo, 05/09/2020 - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se manifestou que é contra a renovação da cota de isenção do etanol importado, e caso essa isenção seja renovada, propõe reciprocidade em relação às exportações de açúcar brasileiro aos Estados Unidos.
Em 31 de agosto último, com o fim da isenção, todo o etanol vendido ao Brasil passou a pagar uma tarifa de importação padrão de 20%. Até essa data havia uma cota de 750 milhões de litros por ano que poderiam ser trazidos para o Brasil sem qualquer taxa. Segundo a CNA, os Estados Unidos são os principais interessados na manutenção da taxa zerada.
“A CNA é a favor do livre comércio, justo e equilibrado, portanto, acredita que a negociação quanto à renovação da cota, ou mesmo a ampla eliminação da tarifa, deve ser discutida apenas com a inserção de cláusulas de reciprocidade em relação às exportações de açúcar brasileiro para os EUA”, propõe a Confederação.
Atualmente, a cota de importação do açúcar brasileiro com tarifa zero é de 152,7 mil toneladas, menos de 1% das exportações brasileiras. Acima dessa cota, os Estados Unidos aplicam tarifa de US$ 337,92 por tonelada.
Impactos da pandemia
Ainda segundo a Confederação, o setor de açúcar e álcool precisa se reestruturar após o forte impacto causado pela pandemia de covid-19. “O setor de biocombustíveis vivenciou a redução da competitividade do etanol hidratado, promovida pela queda do preço internacional do petróleo, e uma retração próxima de 30% no consumo do mercado interno”, informou a CNA.
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