Por Daniela Amorim
Rio, 15/10/2020 - O valor da produção da silvicultura e da extração vegetal no País foi de R$ 20 bilhões em 2019, uma queda de 2,7% em relação a 2018, interrompendo uma sequência de três anos de crescimento. Os dados são da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2019, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O valor da produção da silvicultura superou mais uma vez o da extração vegetal. Em 2019, a silvicultura somou R$ 15,5 bilhões, o correspondente a uma fatia de 77,7% do valor da produção florestal, apesar da queda de 5,0% em relação a 2018, após três anos consecutivos de crescimento.
Já a participação da extração vegetal, que corresponde à coleta de produtos em matas e florestas nativas, totalizou R$ 4,4 bilhões, com alta de 6,4% em relação a 2018, o equivalente a 22,3% de todo o valor de produção. Sete dos nove grupos de produtos que compõem a exploração extrativista tiveram aumento no valor de produção no ano passado.
Os produtos madeireiros representaram 64,5% da extração vegetal, seguidos pelos alimentícios (27,4%), ceras (5,3%) e oleaginosas (2,3%). Entre os produtos extrativos não madeireiros, os destaques foram a carnaúba em pó, com alta de 15,8% no valor de produção ante 2018, e o pinhão, com avanço de 13,6%.
A madeira totalizou 97,3% do valor de produção da silvicultura. Houve redução de 5,3% no valor da produção dos produtos madeireiros da silvicultura em relação a 2018, mas foi registrado um aumento de 8,8% desses produtos na extração vegetal.
“Ao longo dos últimos anos, a exploração extrativista de madeira vinha perdendo espaço no País, sendo gradativamente substituída pela originada em florestas cultivadas. Em 2019, entretanto, não houve acréscimo significativo da área de florestas plantadas, e foi detectada, ainda, retração no setor de silvicultura”, ressaltou o IBGE.
Segundo o órgão, a próximas leituras da PEVS revelarão se o movimento observado foi pontual ou se representa uma tendência. “Ao contrário do ano anterior, em 2019 observou-se aumento da produção dos principais produtos madeireiros do extrativismo, com exceção da lenha. A madeira em tora, responsável pela maior participação, em termos de valor, do grupo, registrou incremento de volume de 3,6%, alcançando 12,0 milhões de metros cúbicos; consequentemente, apresentou aumento do valor da produção de 10,8%, totalizando R$ 2,9 bilhões”, acrescentou o IBGE.
A área de floresta plantada do País somou 10 milhões de hectares no ano passado. A produção de eucalipto para a indústria de papel e celulose ocupou 7,6 milhões de hectares, enquanto o pinus se estenderam por 2 milhões de hectares, e as outras espécies dividiram 387 mil hectares.
O Sudeste concentrava 42,6% das áreas de eucalipto, enquanto o Sul detinha 51,6% das florestas de pinus. As duas regiões foram responsáveis por 63,8% do valor de produção da produção florestal, principalmente devido às suas florestas plantadas.
Minas Gerais liderou o ranking de maior valor da produção, com R$ 4,4 bilhões, o equivalente a 28,3% do valor nacional da silvicultura, seguido pelo Paraná (R$ 3,1 bilhões). O município de João Pinheiro (MG) teve o maior valor da produção em 2019, de R$ 263,7 milhões.
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