Por Daniela Amorim
Rio, 10/09/2019 - A safra recorde de 239,8 milhões de toneladas de grãos esperada para este ano tem ajudado a manter comportados os preços dos alimentos ao consumidor, avaliou Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é 108,1 mil toneladas maior que o previsto em julho, segundo os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de agosto.
“Não teve grandes quebras de safra este ano. É uma safra que é recorde, então ajuda os preços a estarem estabilizados, e ajuda a manter o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, apurado pelo IBGE) sem grandes flutuações”, afirmou Guedes.
O avanço nas exportações de milho ajudou a sustentar os preços do grão em nível ainda atraente para os produtores, que investiram no aumento de área plantada, segundo o IBGE.
“O preço do milho não caiu muito, mas caiu um pouco. A safra recorde ajuda. No caso do milho, isso influencia outras cadeias, como a de aves e suínos (por meio do custo da ração)”, lembrou Guedes.
Com o crescimento das exportações, a oferta de milho no País não foi tão abundante, mas ainda suficiente para evitar pressões de preços, apesar da tendência de expansão da indústria de fabricação de etanol a partir de milho em Mato Grosso, disse o pesquisador do IBGE.
“Um grande Estado produtor de soja e milho é Mato Grosso, e essa indústria tem se instalado na região. É recente, mas já tem algumas em funcionamento. O escoamento da safra de Mato Grosso tem alguma dificuldade de logística, com as estradas. Dessa forma, você consegue ter uma transformação do milho dentro do Estado. Tem uma tendência de aumento nessas indústrias de produção de etanol a partir de milho lá”, concluiu.
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