Por Tânia Rabello
São Paulo, 31/07/2019 - O número de pessoas subalimentadas tem crescido no mundo desde 2014 e hoje alcança um total de 821 milhões de pessoas. A informação é do representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, Gustavo Chianca. “Violência e guerras estão sendo, na sociedade atual, fatores de insegurança alimentar”, disse Chianca. “Outro fator são as mudanças climáticas, como seca e enchentes. O impacto da seca é muito grande, principalmente na África Subsaariana. Já dizemos que agora temos migrantes expulsos de suas regiões por causa de impactos no clima.”
O representante da FAO participa, agora pela manhã, na sede da Basf em São Paulo, do lançamento do SDG Compass para Alimentos e Agricultura - o primeiro SDG Compass setorial realizado pela Rede Brasil do Pacto Global. O SDG Compass é um guia de orientação para as empresas, a respeito de como elas podem alinhar as suas estratégias, mensurar e administrar sua contribuição para atingir os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável). Os ODS definem as prioridades e aspirações de desenvolvimento sustentável global para 2030, e buscam mobilizar os esforços globais ao redor de uma série comum de objetivos e metas.
Chianca ressalta, além disso, que um dos grandes desafios é o acesso aos alimentos - uma das metas da FAO. “Há produção suficiente de alimentos no mundo”, garante. Ele comenta, entretanto, que em muitos casos a comida não chega às populações. Chianca alerta, ainda, que a população mundial em 2050 alcançará um total de 9,8 bilhões - 29% mais em comparação com hoje. “Além disso, 70% da população será urbana e com maior nível de renda”, continua. “É preciso aumentar a produção agrícola de forma sustentável e garantir que o alimento chegue às pessoas. Este é um dos desafios da FAO”, finalizou.
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