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24/09/2019 10:23

Franchising: por que não incluir uma gerenciadora nos planos de negócios?


São Paulo, SP--(DINO - 24 set, 2019) - O setor de franchising faturou R$ 41,4 bilhões no primeiro trimestre de 2019, um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo relatório da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Ainda segundo esse mesmo documento, o crescimento foi maior que o do varejo tradicional apesar da queda nos índices de confiança do consumidor e do empresariado no cenário econômico.

Outro levantamento revelou que, entre 2017 e 2018, as 05 maiores franquias em número de unidades -- O Boticário, AM PM, McDonald's, Cacau Show e Subway -- juntas, instalaram mais de 500 novas lojas no período no país.

Com certeza, são boas notícias que demonstram o amadurecimento e robustez do setor. Demonstram também que o brasileiro está empreendendo mais, principalmente aqueles que perderam o emprego tradicional e viram nas franquias e microfranquias um caminho de retomada e volta por cima.

De acordo com Cláudio Lopes, diretor comercial e de marketing da Tekton Gerenciamento, esse é um bom momento do setor para se discutir um novo paradigma em termos de gestão para franqueados e franqueadores. "Tenho me deparado com uma situação que se repete há mais de 20 anos: franqueadores preocupados com o padrão de qualidade das lojas e franqueados pagando multas por dias de atraso na inauguração, tentando economizar onde não deveriam durante a implantação", descreveu.

Com mais de 25 anos de experiência no varejo e passagens pelos Grupos Pão de Açúcar, Habib's, entre outros, o executivo diz que a preocupação para que os pontos de venda sejam inaugurados na data prevista, com maior qualidade e menor custo possível, está sempre presente. Entretanto, na prática, isso não se traduz nas melhores escolhas. "O que acontece, e com uma certa frequência, é o franqueado investir, por exemplo, somas expressivas em uma franquia, mas para executar a obra e deixar o ponto adequado para receber equipamentos caros e mobiliário especial, algumas vezes acaba buscando a alternativa mais barata, fornecedores eventuais, sem analisar outros componentes fundamentais desta equação. Obviamente, essa é uma receita certa de dor de cabeça", alertou.

Via de regra, esses fornecedores eventuais não têm a experiência necessária para executar uma obra comercial complexa do ponto de vista de engenharia, pois terá que seguir uma série de especificações, incluindo projeto arquitetônico, instalação elétrica e hidráulica e uma centena de detalhes que são condição sine qua non para o negócio e, além disso, estão especificadas em contrato.

Como resolver este, entre outros gargalos, na implantação de franquias? Inserindo no plano de negócio dos franqueadores uma entidade gerenciadora, tornando-a obrigatória, assim como faz o franqueador, por exemplo, com o software a ser utilizado pela unidade de negócio, entre outros produtos e serviços mandatórios. Uma decisão simples que resolve muitos problemas, pois uma gerenciadora homologada passa a ter a responsabilidade sobre a gestão da obra, independentemente de quem irá executá-la, garantindo cumprimento de prazos, controle do orçamento pré-estabelecido e padrão de qualidade determinado pelo franqueador.

Segundo Lopes, outra vantagem em adotar uma gerenciadora é a interface técnica especializada que ela fará com todos os fornecedores, garantindo ao franqueado que ele está recebendo exatamente o que foi pedido e contratado e dentro das especificidades do franqueador. "Existem patamares e referências de valores na construção civil, mas às vezes você encontrará custos altos demais ou subdimensionados. Com essa entidade gerenciadora mediando o processo, a escolha mais consciente e lógica de fornecedor impactará positivamente na qualidade, prazo e custos. Mesmo as diferenças sensíveis no custo médio por região, que são fatores preponderantes e podem tirar sua obra do prumo, precisam ser consideradas e equacionadas", explicou.

Para ele, o mercado mudou e é preciso atualizar o mindset das franquias. "Estamos vivendo na era do compliance. A construção e implantação de uma obra de franquias é uma atividade especializada. O empresário e visionário deve se desonerar desse tipo de atividade para que possa se dedicar ao que realmente importa: fazer prosperar o seu negócio", finalizou.


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