São Paulo, SP--(
DINO - 26 set, 2019) -
Por mais que ainda exista na imprensa em todo o planeta de se
evitar pautas sobre pessoas que decidem tirar suas próprias vidas, o assunto precisa ser discutido. Ao menos essa é a visão da psicóloga clínicas Letícia Brodoloni. Segundo a especialista, o tema precisa, inclusive, estar presente no dia a dia da comunicação interna de uma empresa. Com esse pensamento, ela conversou com os colaboradores do Comunique-se na tarde de quarta-feira, 25. Para a ação, que faz parte da campanha do "Setembro Amarela", o grupo interrompeu as atividades de suas bases em São Paulo e no Rio de Janeiro por mais de uma hora.
Em sua apresentação, Letícia Brodoloni abordou de forma didática frases e ações que podem servir como indícios de quem trabalha com a hipótese de atentar contra a própria vida. A psicóloga destacou, entre outros pontos, que afirmações do tipo "se isso acontecer novamente prefiro estar morto" podem servir de alerta para familiares e amigos ao redor de quem fala isso. Destacando que pensamentos suicidas são multifatoriais, podendo ter relação com doenças mentais e aspectos sociais, ela reforçou que o assunto não pode ser tratado como "mera frescura", conforme exemplificou. Muito pelo contrário. Esse tipo de mentalidade deve ser tratado, como tantas outras patologias.
Ainda pelo lado multifatorial desse tipo de pensamento, a psicóloga convidada do Comunique-se informou que a família e a pessoa que tenta cometer suicídio não podem ser julgados, o que só tende aumentar a dor dos envolvidos, ressaltou a palestrante. "O suicídio emudece e simultaneamente causa uma fala", enfatizou Letícia Brodoloni em sua apresentação. Especialista no tema, ela divulgou dados, como o de que um suicídio acontece a cada 45 minutos no Brasil. Pelo mundo, o tempo é de 40 segundos. Informações que foram creditadas por ela à reportagem deste ano da revista Ciência e Saúde.
Indícios
Letícia Brodoloni listou, ainda, tópicos que podem indicar que alguém está com tendência a cometer suicídio:
- Mudança repentina de comportamento;
- Isolamento;
- Aumento do uso de drogas/álcool;
- Tentativa prévia de suicídio
- Falta de sentido em viver;
- Frase: "o mundo vai ficar melhor sem mim";
- Frase: "quero morrer";
- Frase: "se isso acontecer novamente prefiro estar morto".
Aprendizado
Colaboradores do Comunique-se elogiaram a iniciativa da empresa em aderir à campanha do "Setembro Amarelo". Executiva de relacionamento, Janaína Zavaski fez questão de usar o termo "empatia" ao falar do assunto. "Falar sobre o tema suicídio não é algo fácil, mas extremamente necessário. Precisamos quebrar o tabu e cada vez mais falar sobre o assunto. E fiquei muito feliz em participar desse momento aqui no Grupo Comunique-se. Foi um espaço de muito aprendizado e tenho certeza de que todos que participaram certamente terão o olhar mais atento e empático com o seu próximo", comentou.
Analista de suporte da SuaTV, Bruno Bonifácio acompanhou a palestra da psicóloga Letícia Brodoloni e interagiu com perguntas. Ao fim da apresentação, ficou com o sentimento de que aprendeu muito sobre o tema em questão. "Saímos com a nossa mente totalmente modificada", avisou. "Muito legal a gente poder ter acesso sobre esse conteúdo sem ser de uma forma negativa, como a mídia muitas vezes mostra. Foi instrutivo para muitas pessoas, que acabam conhecendo outras e não sabem como lidar com algumas situações", complementou o colaborador do Comunique-se, reforçando a a necessidade de se falar, sim, sobre questões ligadas a suicídios, que são o que movem a campanha "Setembro Amarelo".
Website:
https://www.comunique-se.com.br/