O Brasil é o país que possui mais cursos de Direito. Com isso, há um aumento significativo na concorrência e dificuldade por parte dos profissionais em conseguir uma colocação no mercado, o que torna clara a importância de práticas empreendedoras.
Segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), há cerca de 1,1 milhão de advogados no Brasil e 1.210 cursos de Direito no País, com cerca de 900 mil estudantes. Deste modo, esse mercado se torna cada vez mais competitivo.
Na visão da advogada, o sucesso é resultado de sua busca por conhecimento, o que inclui cursos de empreendedorismo, aperfeiçoando, liderança, estratégias de negócio, elaboração de metas e criação de processos.
Aos 25 anos, Raphaela concluiu sua graduação em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de MG.
Hoje, aos 29, conquistou espaço e clientela em diversos estados do Brasil e também no exterior. Com três unidades em cidades distintas, o negócio da advogada atua nas áreas do Direito Previdenciário, Civil, Trabalho e Direito Sucessório. É uma equipe com quatorze colaboradores.
Segundo Raphaela, sua carreira tem dado certo por estar alinhada ao seu propósito de vida. “A cada dia tenho certeza que estou fazendo o meu melhor, seja ajudando os nossos clientes a encontrar a melhor solução, resolvendo os conflitos que surgem a todo momento ou planejando e orientando em alguma decisão e negociação”, avalia.
Além de “sangue empreendedor”, persistência, resiliência, dedicação e muito trabalho, a advogada passou por uma série de dificuldades. E hoje compartilha a sua história.
Como tudo começou?
Filha caçula de trabalhadores rurais — moradores de uma vila de colonos, na cidade de Botelhos-MG —, quando criança, Raphaela sonhava com a faculdade de medicina e com a possibilidade de melhorar o mundo. Com o decorrer dos anos, percebeu que precisava fazer alguma coisa para alcançar os seus objetivos.
Assim, aos dez começou a trabalhar: foi babá, atendente de padaria e faxineira. Como primeiro ato de empreendedorismo, ainda adolescente abriu um negócio para produzir e vender bijuterias. Além disso, foi locutora de rádio.
“Temos uma relação de cumplicidade. Ele está sempre me auxiliando nas decisões que preciso tomar de forma sábia e inovadora”, garante a advogada.
Após o casamento, Raphaela foi morar em Poços de Caldas. Com o nascimento do primeiro filho — José Renato —, esforçou-se para dar continuidade aos estudos, chegando a amamentar a criança no intervalo das aulas.
Após a formatura, porém, não pôde entrar na "tão sonhada faculdade". Com o filho ainda pequeno, precisava trabalhar, e foi quando conseguiu uma oportunidade em uma multinacional no departamento tributário. Ali ocorreu o primeiro contato de Raphaela com o Direito, e onde o sonho de ser médica se transformou em se tornar advogada.
Trajetória
“Não foi fácil. Durante a graduação, precisei interromper a faculdade duas vezes. Houve momentos em que não tinha dinheiro para o ônibus, mesmo vendendo pão de queijo e bolo gelado na faculdade. Muitas vezes, ia a pé fazendo um longo percurso”, relata.
“Mesmo com todas as dificuldades”, continua ela, “eu sabia que podia mudar esta situação, e o primeiro passo foi dado. Daí, surgiu uma oportunidade e agarramos com as duas mãos. Com ela, também veio uma das melhores notícias da minha vida: as minhas gêmeas Maria Luiza e Maria Eugênia. Em seguida, voltamos para Botelhos e, mesmo tendo que cuidar da casa e das crianças, não desisti. O resultado: em 2015 conquistei o meu diploma e a tão sonhada OAB”, narra Raphaela.
“Para os que almejam uma carreira de sucesso”, afirma a advogada, “o segredo não está apenas na persistência, ou na técnica, mas em correr riscos calculáveis. É necessário buscar posicionamento no segmento de atuação e ter coragem, afinal o empreendedor acorda todos os dias desempregado na busca de um novo cliente, de um novo modelo de negócio e de novas possibilidades”, finaliza.