Política
27/10/2020 19:35

Após críticas e desavenças com Flávio Dino, Bolsonaro visitará Maranhão na quinta-feira


Por Nicholas Shores

São Paulo, 27/10/2020 - A declaração de Jair Bolsonaro (sem partido) sobre como ele acredita ser preciso “tirar” o PCdoB do Maranhão, em referência ao partido do governador Flávio Dino, inaugura nova troca de farpas entre os dois chefes de governo a poucos dias de uma visita do presidente às duas maiores cidades do Estado nordestino. Na quinta-feira (29), Bolsonaro tem agendas previstas na capital, São Luís, e em Imperatriz.

O primeiro compromisso será uma visita às obras de restauração da rodovia BR-135-MA, no trecho entre São Luís e Bacabeira. Na parte da tarde, Bolsonaro deve ir ao Panelódromo, como é conhecido o Complexo Gastronômico da Culinária Popular de Imperatriz. Segundo informações da prefeitura local, a obra custou R$ 1,5 milhão e é resultado de parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional e o senador Roberto Rocha (PSDB-MA), que vem se colocando como adversário político de Dino.

Em encontro com apoiadores nesta terça-feira (27), o presidente afirmou que seria preciso “tirar o PCdoB” do Maranhão, sem citar Dino nominalmente. “Só aqui no Brasil mesmo, comunista falando que é democrático", disse.

Na semana passada, Bolsonaro anunciou ter cancelado uma viagem ao município maranhense de Balsas, alegando que Dino teria se recusado a providenciar o efetivo da Polícia Militar para reforçar a segurança presidencial. O governador negou ter feito qualquer restrição e anunciou ainda ter entrado com ação judicial no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Bolsonaro por, nas suas palavras, "mentir" sobre o assunto.

Hoje, Dino reagiu com ironia à afirmação do presidente a respeito de tirá-lo do comando do Estado. “Se Bolsonaro quer me tirar do governo do Maranhão, um bom caminho é lançar um bolsonarista assumido na eleição de 2022. Em 2018, não chegaram a 10% no Maranhão”, escreveu no Twitter.

O gestor maranhense também comentou que Bolsonaro vai ao Maranhão para, nas suas palavras, promover “agressões e campanha eleitoral”, em vez de “vir cuidar de trabalho sério”. “Tudo com dinheiro público”, completou.

Em que pese o contraste ideológico, as brigas entre o presidente e Flávio Dino começaram a aparecer publicamente com ainda mais intensidade após comentário de Bolsonaro sobre governadores do Nordeste ser captado por um microfone antes de um café da manhã com jornalistas de veículos estrangeiros.

“Dentre os governadores de 'paraíba', o pior é o do Maranhão. Não tem que ter nada com esse cara”, disse o presidente na ocasião ao então ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni (DEM), hoje à frente da Cidadania.

Contato: nicholas.shores@estadao.com
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