Por Pedro Caramuru
São Paulo, 28/05/2021 - O presidente Jair Bolsonaro recuperou parte da avaliação positiva nesta semana, porém a proporção dos que avaliam a sua gestão como ótima ou boa segue abaixo de 30%, segundo avaliação do banco Modalmais e consultoria AP Exata. De acordo com o resultado desta semana, os brasileiros que avaliam o governo como bom ou ótimo somam 45,5%, (1,9 pontos percentuais a menos que na última semana). Os que consideram bom ou ótimo somam 29,1% (1 p.p. a mais) e regular são 25,4% (0,9 p.p. a mais).
A tendência de alta reflete os atos políticos realizados no Rio de Janeiro com a presença do presidente e que contaram com forte repercussão nas redes impulsionada pela militância bolsonarista. Entretanto, a tendência de crescimento da popularidade, iniciada no último fim de semana, foi frustrada ao longo dos dias pelas audiências públicas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado. Segundo o relatório, as oitivas expuseram contradições e recusas de vacina pelo Governo.
Entre os pontos das audiências da CPI que tiveram destaque, o depoimento do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, consolidou a ideia de que o governo foi negligente nas negociações por vacinas e discriminou a compra da Coronavac por razões ideológicas. As falas de Covas foram compartilhadas além dos grupos de oposição e replicadas por um grande número de internautas.
Já os atos políticos e aglomerações no último fim de semana - que contaram com a presença do presidente e do general Eduardo Pazuello - expuseram uma cisão nas forças armadas. Pela legislação, membros da ativa das Forças Armadas são proibidos de participar de atos político-partidários. Enquanto o vice-presidente, Hamilton Mourão, defende uma punição exemplar a Pazuello, Bolsonaro pressiona para que o Exército não comente o caso. Para os apoiadores do presidente, a perspectiva de um autogolpe segue presente nas redes.
No campo econômico, há preocupação dos analistas de que as ações do governo não são suficientes para conter a alta do desemprego e avanço da inflação. Segundo destaca a análise, o medo da inflação descontrolada segue presente nas redes. Tem destaque a alta do aluguel, dos gás de cozinha, materiais de construção e alimentos.
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