Política
25/01/2021 10:36

Arthur Lira: discussão de auxílio ou novo programa precisa respeitar o teto de gastos


Por Idiana Tomazelli e Camila Turtelli

Brasília, 25/01/2021 - Apoiado pelo Palácio do Planalto na disputa pelo comando da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) defendeu hoje a discussão de gastos como o abono salarial e outras despesas para abrir espaço no Orçamento. O ajuste é tido como necessário pelo candidato para qualquer possibilidade de uma nova rodada do auxílio emergencial. O deputado descartou a prorrogação do orçamento de guerra, que no ano passado abriu caminho para o pagamento de R$ 322 bilhões em auxílios a brasileiros.

Segundo Lira, qualquer discussão sobre o auxílio ou novo programa social "precisa respeitar o teto de gastos", em referência à regra que limita o avanço das despesas à inflação. Ele citou medidas de desindexação (a retirada da obrigatoriedade de reajustes em determinados gastos), desvinculação (retirada de carimbos que destinam previamente alguns espaços no Orçamento) e o acionamento de gatilhos de contenção de despesas para ajudar a abrir espaço.

O parlamentar, hoje líder do PP na Câmara, disse que não apontaria especificamente para medidas como revisão do abono ou desindexação de aposentadorias, como já foi defendido pela equipe econômica e rejeitado pelo presidente Jair Bolsonaro sob o argumento de "não tirar de pobres para dar a paupérrimos". "Não cabe na minha cabeça que parlamentares vão usurpar direitos para arranjar espaço fiscal", afirmou.

Questionado novamente sobre o abono, o líder não descartou a rediscussão do benefício, uma espécie de 14º salário pago a trabalhadores que ganham até dois salários mínimos e é considerado disfuncional pela equipe econômica. "Abono será discutido, mas não quer dizer que ajuste será só nas costas do abono", disse.

Ele defendeu ainda a discussão de matérias que já estão tramitando no Senado e na Câmara para ter flexibilidade no Orçamento. Para Lira, o Brasil não pode nesse momento não ter um Orçamento aprovado e defendeu celeridade nas discussões e nas medidas. "Não podemos nos dar ao luxo de a economia titubear de novo", afirmou.

O líder afirmou ainda não ver hipótese para prorrogar o orçamento de guerra, que tirou as amarras fiscais para agilizar os gastos de combate à pandemia. "Não temos condição econômica de ter mais um ano de orçamento de guerra", afirmou.

Contato: idiana.tomazelli@estadao.com
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