Por Nicholas Shores
São Paulo, 23/03/2021 - O Conselho Nacional das Secretarias de Saúde (Conass) saudou o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - cuja nomeação foi oficializada há poucos minutos em edição extra do Diário Oficial da União -, com o alerta de que “não há tempo a perder” no enfrentamento da pandemia de covid-19. A entidade pediu, também, que as ações do governo federal sejam “sinérgicas” com Estados e municípios.
Em ofício circular a Queiroga, os secretários estaduais de Saúde não se furtaram a críticas à gestão de seu antecessor, Eduardo Pazuello, afirmando que o atraso na aquisição de vacinas e a ausência de campanhas de comunicação para reforçar a importância de medidas de prevenção agravaram ainda mais a crise. O cardiologista assume o Ministério ante uma contagem de 295.425 brasileiros mortos pelo novo coronavírus.
“É urgente a adoção de medidas que garantam a imunização de toda população, com a maior rapidez possível”, afirma o Conass por meio de seu presidente, o maranhense Carlos Lula. “Ressaltamos ainda que o Sistema Único de Saúde é de gestão tripartite, composta pelos governos federal, estaduais e municipais, assentada em diálogo permanente e decisões coletivas, visando, sobretudo, superar a emergência em saúde pública provocada pela Covid-19, através da integração de todas as estratégias cientificamente prescritas.”
A posse do novo ministro, em cerimônia fora da agenda realizada esta tarde no Palácio do Planalto, e o envio da mensagem do Conass ocorrem horas depois de o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), negar pedido de liminar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que tentava derrubar decretos estaduais de medidas restritivas da Bahia, do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul.
O tom crítico à gestão da pandemia pelo Ministério da Saúde prossegue no ofício a Queiroga com a afirmação de que a população precisa, “mais do que nunca”, de coordenação nacional no enfrentamento à covid-19, “com ações precisas, amparadas na ciência, que garantam a prevenção de novos contágios, facilitem o diagnóstico oportuno de doentes e da assistência a todos os brasileiros”.
O Conass lembra, ainda, ter alertado reiteradamente ao longo do último ano sobre os perigos da ausência de uma condução unificada e coerente de combate à pandemia. “As consequências são sentidas nos hospitais lotados, nas filas de atendimento, no luto de um número crescente de famílias”, pontua a entidade.
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