Política
24/06/2019 15:11

Joice Hasselmann: Presença de Moro na Câmara vai ser mais do mesmo, ele já respondeu tudo


Por Mariana Haubert

Brasília, 24/06/2019 - A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou nesta segunda-feira que a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na Câmara "vai ser mais do mesmo porque ele já respondeu a tudo".

Após ter falado por quase nove horas na semana passada a senadores, o ministro deveria comparecer a uma audiência conjunta de quatro comissões da Câmara nesta quarta, 26, para prestar esclarecimentos sobre os diálogos entre ele o procurador da República Deltan Dallagnol revelados pelo site The Intercept Brasil que sugerem atuação conjunta quando ele era juiz federal. Moro, no entanto, viajou para os Estados Unidos a trabalho e retornará apenas na quinta, 27.

"Ele já deu esclarecimentos no Senado e duvido que alguém tenha deixado passar alguma pergunta. Então, vai ser mais do mesmo. Do ponto de vista do cuidado com o tempo e com o trabalho do ministro, acho que é dispensável. Mas o Parlamento é o Parlamento, se a Câmara quiser que ele vá, ele vai prestar os esclarecimentos", disse.

De acordo com a vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PSL-DF), Moro deverá ir à Câmara no dia 2 ou 3 de julho. Nos Estados Unidos, visita órgãos de segurança e inteligência dos americanos com o intuito de fortalecer operações integradas com o Brasil.

Reforma tributária

Hasselmann disse acreditar que a comissão especial para votar a reforma tributária deverá ser instalada nesta semana e defendeu que o texto já em análise na Câmara seja juntado à proposta que está sendo construída pelo governo. Pela manhã, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a comissão será instalada na quinta-feira, 27.

"Ambas as propostas são complementares e, independente de qualquer troca de canelada, a gente consegue fazer uma excepcional reforma tributária, mas para isso, temos que trazer a contribuição do texto que foi feito pelo ministério da Economia. Vou ver se consigo trabalhar nessa união", disse. Ela não explicou quais pontos seriam complementares.

Agências reguladoras

A líder do governo afirmou ainda que o projeto de lei que trata das agências reguladoras determinando que as indicações de integrantes para elas passam a ser feitas pelo Congresso e não mais pela Presidência da República "não é ruim". No fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro criticou a proposta por considerar que ela o deixaria como uma "rainha da Inglaterra" porque retiraria seus poderes.

"[O projeto] Pode não ser perfeito, mas ele cria ali alguns critérios de seleção, faz uma peneirada antes da composição da lista tríplice antes do presidente escolher. Mas é um direito do presidente vetar. Se ele vetar, vamos trabalhar para manter o veto", afirmou Hasselmann.

Ela minimizou ainda as críticas do presidente ao dizer que isso já passou. "A gente tem mais o que fazer do que ficar alimentando picuinha. Não tratamos desse assunto", disse.

Hasselmann participou de um almoço no Palácio do Planalto com Bolsonaro, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onys Lorenzoni, e os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e da Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), para tratar, dentre outros temas, dos encaminhamentos para a aprovação da reforma da Previdência.

Eleições

A deputada contou ainda que durante o encontro, Bolsonaro puxou o assunto sobre as eleições para a prefeitura de São Paulo no ano que vem. De acordo com ela, o presidente "parece que está bastante simpático à ideia". "Eu disse para ele que eu sou soldado, o senhor falou eu estou indo. Então, vamos aguardar as orientações do presidente", disse.

Contato: mariana.haubert@estadao.com
Para ver esta notícia sem o delay assine o Broadcast Político e veja todos os conteúdos em tempo real.

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados para o Grupo Estado.

As notícias e cotações deste site possuem delay de 15 minutos.
Termos de uso