Política
11/07/2019 13:29

Em meio a polêmica sobre Aécio, FHC critica 'oportunismo' de quem 'joga filiados às feras'


Por Gregory Prudenciano

São Paulo, 11/07/2019 - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi ao Twitter criticar o "oportunismo sem grandeza" de quem defende a expulsão de correligionários sem que sejam cumpridos os trâmites internos do partido e ainda não condenados pela Justiça. A publicação de FHC acontece no contexto da disputa interna pela expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB), capitaneada pela ala paulista do partido.

No tuíte, FHC não citou nominalmente Aécio, mas mencionou um filiado, ex-presidente da sigla, que estaria sendo "jogado às feras" por alguns tucanos.

"O PSDB tem um estatuto e uma comissão de ética. Há que respeita-los. Jogar filiados às feras, principalmente quem dele foi presidente, sem esperar decisão da Justiça, é oportunismo sem grandeza. Não redime erros cometidos nem devolve confiança", escreveu o ex-presidente da República.

Hoje deputado federal, Aécio já foi governador de Minas Gerais e também senador pelo mesmo Estado. Em 2014, disputou a eleição presidencial pelo PSDB e chegou ao segundo turno, perdendo por margem apertada para a ex-presidente Dilma Rousseff, do PT.

Na quarta-feira, 10, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, defendeu publicamente a expulsão de Aécio do partido. "Recentemente, o diretório municipal daqui da capital também enviou ofício à direção nacional do partido solicitando que fosse aberto um processo dentro do conselho de ética do PSDB", disse Covas, que ainda avisou que o PSDB teria que escolher entre a sua permanência ou a de Aécio no partido.

Antes disso, o governador de São Paulo, João Doria, disse ao Broadcast na terça-feira, 9, que Aécio deveria sair espontaneamente do partido, evitando a necessidade de uma expulsão. Ontem, segundo informou a colunista Sonia Racy, o PSDB de São Bernardo do Campo também pediu formalmente a saída de Aécio do partido.

A pressão sobre Aécio aumentou na sexta-feira, 5, quando a Justiça Federal de São Paulo o tornou réu. O deputado é acusado de receber propina de R$ 2 milhões e de tentar obstruir investigações da operação Lava Jato.

Contato: gregory.prudenciano@estadao.com
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