Por Fernanda Guimarães, André Italo Rocha e Francisco Carlos de Assis
São Paulo, 05/07/2019 - O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, disse há pouco que em governo anteriores houve uma falha, diante das notícias sobre corrupção, de não aprimorar as leis anticorrupção. "Quem acabou fazendo isso foram as cortes de Justiça, primeiro com os casos individuais". Diante desse pano de fundo, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou algumas decisões importantes, com "reformas quase que legislativas", como a permissão de prisão após decisão em segunda instância.
"O STF usou o regimento geral no enfrentamento da corrupção, como a prisão em segunda instância. Claro que existem nuances, mas isso tem que depender de prova", disse o ministro durante evento organizado pela XP Investimentos, em São Paulo. Segundo ele, se não fosse permitido prisão em segunda instância em alguns casos, alguns processos "não teriam fim". "A decisão do Supremo foi importante e mudou o País de patamar. Deu ao Brasil a possibilidade de ter processos eficazes contra a corrupção", disse.
A participação de Moro em evento do mercado financeiro ocorre no mesmo dia da publicação de matéria da revista Veja, feita em parceria com o site The Intercept. A reportagem de capa da revista mostra Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa em Curitiba, avisando à procuradora Laura Tessler que Moro o teria avisado sobre a falta de uma informação na acusação contra um réu acusado de ser um dos principais operadores de propina no esquema de corrupção da Petrobras.
No momento em que entrou no palco, Moro foi aplaudido de pé por um minuto, e com gritos, por uma plateia de mais de oito mil pessoas.
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