Economia & Mercados
20/08/2019 12:26

Itaú/Barbosa: desaceleração de China e EUA é muito mais importante para Brasil do que Argentina


Por Bárbara Nascimento

São Paulo, 20/08/2019 - O economista do Itaú Unibanco, Luka Barbosa, disse hoje que o agravamento da crise na Argentina tem impacto menor na economia brasileira do que a desaceleração da China e dos Estados Unidos. Segundo ele, há um impacto direto nas exportações brasileiras, sobretudo de automóveis, mas as vendas já estão muito prejudicadas com as tensões globais.

Segundo ele, a cada 10% de queda na produção industrial argentina, a exportação brasileira para o país cai 50%, com impacto de 0,4% no PIB. “Obviamente, se tiver queda adicional na produção industrial argentina vai ter efeito na exportação de manufaturados, mas a gente já vem com cenário negativo nas exportações por conta de desaceleração mundial. Então não devemos revisar os números de crescimento”, disse.

Ele completa ainda que uma nova piora no cenário argentino pode ser contrabalanceada com o efeito das liberações de FGTS no PIB brasileiro. Por isso, o banco não inseriu nenhum viés em sua previsão de PIB, que se mantém em 0,8% para esse ano.

Mais cedo, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, já havia comentado as previsões para o PIB nesse ano. A estimativa do banco é de que haja um crescimento de 0,5% no segundo trimestre, sobretudo por um bom desempenho esperado na indústria de transformação e seu impacto no PIB.

Ele ponderou, contudo, que há alguma chance de que o PIB fique negativo no terceiro trimestre, mas frisou que os dados ainda são muito preliminares. Se isso se confirmar, o cenário pode ficar complicado para atingir o crescimento de 0,8% em 2019: “Se o PIB vier negativo no terceiro trimestre, tem que crescer 1,2% no quarto trimestre para atingir 0,8% no ano”, disse.

Mesquita disse ainda que as contas do banco batem com as do governo de que a MP da Liberdade Econômica tem potencial de gerar três milhões de empregos.

Contato: barbara.nascimento@estadao.com
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