Por Thaís Barcellos e André Ítalo Rocha
São Paulo, 17/10/2019 - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, destacou hoje, em evento em São Paulo, a situação fiscal complicada que o País se encontra. Ele afirmou que 2019 será o sexto ano consecutivo de déficit primário, o que nunca aconteceu desde a redemocratização.
A meta fiscal estabelecida para este ano é de déficit de R$ 139 bilhões, mas Mansueto repetiu que “possivelmente” o rombo ficará abaixo de R$ 100 bilhões, por causa da receita com o megaleilão de petróleo da cessão onerosa.
“Perdemos e não vamos recuperar rapidamente nossa capacidade de fazer política anticíclica. Temos um endividamento muito alto para um País de renda média, que se aproxima de 80% do PIB. Outros países de renda média têm dívida de cerca de 50% do PIB.”
Segundo Mansueto, essa situação é resultado de erros “excessivos e abusivos” do passado, que provocou uma grave crise econômica e, posteriormente, uma saída lenta da recessão. O secretário, por exemplo, citou a intervenção nos setores de energia, o congelamento de preços de combustíveis, a rápida redução dos juros em um momento em que a inflação estava alta, e os altos subsídios.
O secretário ainda voltou a dizer que os principais problemas do País são o engessamento do Orçamento e a elevada despesa obrigatória. Mansueto ainda citou que há fundos para determinados objetivos, como construção de penitenciárias, que têm, juntos, um volume de mais de R$ 200 milhões de reais que não foram gastos nos últimos 20 anos.
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