Por Fernanda Guimarães e Cynthia Decloedt
São Paulo, 29/10/2020 - Passado o período de prorrogações de vencimentos dos empréstimos e fim do auxílio emergencial dado pelo governo, o pico de inadimplência deverá ocorrer ao longo dos três primeiros trimestres de 2021, disse há pouco o presidente do Bradesco, Octávio Lazari Jr, em teleconferência com a imprensa. Segundo ele, no entanto, considerando o cenário atual, o nível dos calotes deve ser abaixo do visto em anos como 2015 e 2016.
Ainda sem considerar uma nova necessidade de lockdown, o executivo disse que a expectativa nesse momento é de redução das despesas com provisões para devedores duvidosos (PDDs) a partir do quarto trimestre do ano.
Lazari citou que os níveis de provisão se mostram adequados e muitos daqueles que utilizaram a possibilidade de postergar pagamentos em meio à crise - foram R$ 73 bilhões - prorrogados na pandemia, muito já foram pagos, cerca de R$ 54 bilhões disse. Para o restante é esperado o mesmo movimento.
O presidente do Bradesco disse que o crédito às grandes empresas caiu no terceiro trimestre do ano, visto que as empresas correram para fazer caixa no início da crise, mas que esse movimento se arrefeceu nos meses seguintes. Segundo ele, as empresas priorizaram captações no mercado de capitais, que vive um momento pujante. Também foi observado no período empresas pré-pagamento empréstimos feitos no início da pandemia. "Mas também houve uma predisposição nossa em melhorar nossa margem trabalhando com operações com mais spread", afirmou.
Lazari apontou também que a captação do banco vem sendo muito positiva, com clientes migrando recursos na crise em um movimento chamado "Flight to quality". Também pode ser anotado dinheiro saindo de fundos DI para depósitos.
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