O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,542 bilhões no terceiro trimestre, elevação de 19,6% em relação ao registrado em idêntico intervalo de 2018, de R$ 5,471 bilhões. Em relação aos três meses anteriores, quando somou R$ 6,462 bilhões, a alta foi de 1,2%.
O impulso para o resultado no período veio da maior agressividade do banco em crédito, principalmente junto às pessoas físicas. Contribuíram ainda menores gastos com provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs, e ainda o resultado de seguros conforme explica o banco em relatório que acompanha suas demonstrações financeiras.
A carteira de crédito do Bradesco, no conceito expandida, atingiu R$ 578,317 bilhões ao fim de setembro, crescimento de 3,2% em relação a junho. Em um ano, a expansão chegou a 10,5%. No terceiro trimestre, os empréstimos foram impulsionados, principalmente, pelas pessoas físicas. Enquanto a carteira de indivíduos cresceu 5,5% ante os três meses anteriores, a de empresas avançou 1,8%. No comparativo anual, as altas foram de 19,0% e 5,8%, nesta ordem.
Ao fim de setembro, o Bradesco contava com R$ 1,404 trilhão em ativos totais, incremento de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado, de R$ 1,356 trilhão. Na comparação com os três meses anteriores, foi identificada leve queda de 0,5%.
O patrimônio líquido do banco era de R$ 138,313 bilhões no terceiro trimestre, alta de 19,6% em um ano. Em relação ao segundo, subiu 3,5%. Seu retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) ficou em 20,2% no terceiro trimestre, piora de 0,4 ponto porcentual ante os três meses anteriores. Em um ano, o indicador teve alta de 1,2 p.p.
Ajustes
O Bradesco anunciou ainda lucro líquido contábil de R$ 5,837 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 16,53% ante um ano, de R$ 5,009 bilhões. Na comparação com os três meses anteriores, de R$ 6,042 bilhões, a cifra foi 3,4% menor. A diferença entre o lucro líquido recorrente e o contábil se dá por R$ 372 milhões de ágio pela aquisição do HSBC e ainda R$ 273 milhões com o programa de desligamento voluntário (PDV) feito recentemente pelo banco, dentre outras razões.
Guidances
O Bradesco manteve suas projeções de desempenho para este ano a despeito de não ter entregue o que prometeu nas linhas de receitas de prestação de serviços e despesas operacionais até o terceiro trimestre deste ano. Em relação à operação de seguros, porém, o banco superou a performance prometida.
O Bradesco espera que sua carteira de crédito expandida cresça de 9% a 13% neste ano. Até setembro, os empréstimos apresentaram incremento 10,5% ante idêntico intervalo de 2018.
Para a margem financeira, a instituição prevê elevação de 4% a 8% neste exercício. De janeiro a setembro, o crescimento entregue foi de 5,7%, ou seja, dentro da meta esperada.
Já na linha da receitas e prestação de serviços, o Bradesco registrou expansão de 2,5% no acumulado do ano até setembro, abaixo do intervalo de alta estimado, de 3% a 7%. Como os guidances são anuais, o banco ainda conta com o quarto trimestre deste ano, tradicionalmente mais forte, para entregar as metas prometidas ao mercado.
No caso das despesas operacionais, que consideram gastos administrativos e de pessoal, a estimativa é de estabilidade a um aumento de 4%. Até setembro, entretanto, o Bradesco reportou aumento de 7,5%. Vale lembrar que o banco encerra nesta quinta-feira, 31, um programa de desligamento voluntário (PDV), o que pesa na linha de despesas.
Em relação ao resultado de seguros, o Bradesco está acima de sua meta para o ano. Entregou crescimento de 13,7% nos nove primeiros meses de 2019 ante estimativa de alta de 5% a 9%.
As provisões para devedores (PDD expandida) devem somar entre R$ 11,5 bilhões e R$ 14,5 bilhões neste ano. Até setembro, já foram computadas R$ 10,4 bilhões, ou seja, o banco está dentro do intervalo prometido.