Por Marcela Guimarães
São Paulo, 25/01/2021 - A redução nas posições compradas pelos fundos de investimentos para o trigo e para a soja na Bolsa de Chicago (CBOT) foi "surpreendente", de acordo com o Commerzbank. Na última sexta-feira, dados da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) mostraram redução das apostas de alta nos grãos, até terça-feira, dia 19, em comparação com a semana anterior. "A redução nas posições é surpreendente, considerando que os preços do milho subiram marginalmente na semana do relatório", argumenta o banco alemão.
De acordo com a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl, em ambos os casos, o motivo pode ser explicado pelo clima na América do Sul. Ao longo de muitas semanas, o clima seco demais, juntamente com as revisões para baixo das últimas safras dos EUA e a demanda robusta da China, aumentaram os preços do milho e da soja, colocando-os nos níveis mais altos em 7 anos e meio e 6 anos e meio anos, respectivamente, explica a analista.
"Depois de hesitar por algum tempo, vários observadores do mercado, incluindo instituições importantes como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e o Conselho Internacional de Grãos (IGC) realizaram revisões para baixo das safras brasileiras e argentinas. E as revisões do USDA foram até mais cautelosas do que as do IGC", diz Michaela Kühl.
A analista do Commerzbank pondera que a chegada de chuva "suficiente" no Brasil e na Argentina, nas últimas semanas, pode significar que "mais correções" para baixo nas safras sul-americanas são menos prováveis, ao menos por enquanto.
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