São Paulo, 07/10/2020 - O adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília elevou sua projeção para a safra de soja do Brasil para 131 milhões de toneladas na temporada 2020/21. A previsão é 1 milhão de toneladas maior do que a publicada em julho.
A produtividade estimada pelo adido é de 3,40 toneladas por hectare, ante 3,38 toneladas por hectare previstas em julho. Apesar de atrasos no plantio por causa do clima seco, "no momento não há expectativa de impacto sobre a produtividade de soja, contanto que os padrões climáticos sejam normais no restante da temporada de cultivo", disse o adido em relatório.
A estimativa de área plantada em 2020/21 foi mantida em 38,5 milhões de hectares, em comparação a 36,9 milhões de hectares no ciclo anterior. O aumento previsto, de 4,3%, é maior do que o crescimento médio das cinco temporadas anteriores, de 2,8%. Segundo o adido, esse aumento é motivado em grande parte pelos preços altos da soja no mercado doméstico.
As exportações no ano comercial 2020/21 foram elevadas em 1 milhão de toneladas em relação à estimativa de julho, para 85 milhões de toneladas. Dessa forma, o volume deve superar o recorde de 2017/18, quando foram exportados 83,7 milhões de toneladas. A projeção é baseada nos estoques disponíveis e no câmbio extremamente favorável, disse o adido. A previsão também considera que a demanda global por soja não vá cair acentuadamente em caso de uma segunda onda da pandemia de covid-19. "Na China e na Europa, apesar da desaceleração econômica, o consumo de carne não deve sofrer uma queda dramática", afirmou o adido.
A projeção de importações brasileiras de soja em 2020/21 foi elevada de 350 mil para 500 mil toneladas. A revisão foi motivada pela expectativa de oferta temporariamente mais apertada por causa dos atrasos no plantio.
A estimativa de esmagamento de soja no Brasil em 2020/21 foi elevada em 1 milhão de toneladas, para 45,5 milhões de toneladas. O aumento é baseado na expectativa de recuperação econômica no Brasil e no mundo em 2021, "o que deve estimular maior consumo de óleo e farelo de soja".