São Paulo, 09/09/2020 - A condição climática nos cafezais brasileiros deve influenciar o mercado em setembro. Um possível atraso das chuvas pode prejudicar as lavouras e consequentemente o potencial de safra para o ano que vem, que será de ciclo baixo. A avaliação é do Itaú BBA, em relatório mensal de setembro sobre commodities agrícolas.
Além das incertezas climáticas, o mercado de café tem sido sustentado pelo alto porcentual já comercializado da safra atual (2020/21), acima de 50%, que deve moderar eventual pressão vendedora. Segundo o banco, de modo geral, o ambiente é de capitalização do produtor brasileiro, enquanto o baixo nível dos juros domésticos também pode incentivar a estocagem, segurando as vendas do grão.
O Itaú BBA destaca, ainda, que os fundos de investimento não comerciais, que vinham vendidos até o fim de julho, “viraram a mão” ampliando substancialmente o saldo líquido comprado para cerca de 29 mil contratos até 1º de setembro. Esse volume supera a máxima do ano em janeiro, para a maior posição líquida comprada desde o fim de 2016, diz o Itaú BBA.
Conforme o banco, a queda do estoque norte-americano ganhou maior relevância pois contrasta com preocupações de possível queda da demanda em virtude da pandemia. No entanto, "o que se observa é o consumo de estoques, demanda ativa, sem obstruções logísticas e com o café brasileiro barato em dólares".
Em contrapartida, além da grande safra brasileira que começará a chegar no mercado, as safras da Colômbia e dos países da América Central também tendem a evoluir, diz o banco. "O quadro de oferta e demanda não mudou, e ele é confortável após a confirmação da ampla safra brasileira. A tendência é que as exportações de café da safra nova ganhem força a partir de agora, com a situação dos estoques nos destinos caminhando para maior", pondera.
