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Por: Tânia Rabello
São Paulo, 24/07/2019 - As usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil processaram 40,9 milhões toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de julho (até dia 16) da safra 2019/20. O volume é 9,53% menos que o total de 45,214 milhões de toneladas moídas em igual período da safra passada. Segundo dados apresentados há pouco pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), no acumulado da safra, de 1º de abril até 16 de julho, o processamento acumula 258,13 milhões de toneladas, queda de 4% sobre igual período da safra 2018/19, quando foram processados 268,86 milhões de toneladas de cana.
"As condições climáticas observadas nessa primeira quinzena dificultaram a
operacionalização da colheita em muitas regiões, prejudicando o processamento", explica o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues. De todo modo, o rendimento médio das lavouras cresceu 3,61%, para 8,69 toneladas de cana por hectare para a lavoura colhida em junho de 2019, ante igual mês de 2018. A produtividade no acumulado é de 84,87 toneladas por hectare, ante 82,11 toneladas de 2018/19. O incremento na produtividade, porém, foi neutralizado pela redução na quantidade de açúcares por tonelada de cana processada (veja abaixo).
Em relação aos efeitos da geada ocorrida na primeira quinzena de julho, a Unica informa que levantamento conduzido pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em parceria com a entidade sinaliza que cerca de 400 mil hectares de cana foram atingidos no Centro-Sul. "Dessa região, estima-se que aproximadamente 65% da área acometida ainda não havia sido colhida." Além disso, a Unica informa que as áreas mais afetadas estão em Mato Grosso do Sul e Paraná, assim como no sul de São Paulo. "Áreas representativas em Minas Gerais, norte de São Paulo e Goiás também foram prejudicadas." Rodrigues assinala, ainda, que em algumas unidades produtoras a geada chegou a afetar quase 50% da área cultivada. "Na nossa visão, a área de cana adulta impactada pela geada poderá apresentar perda média de até 5 toneladas por hectare na produtividade esperada para essa safra", comenta Rodrigues.
Com 63,97% da oferta total de cana destinada ao etanol e apenas 36,03% ao açúcar, a fabricação do biocombustível somou 2,16 bilhões de litros na primeira quinzena de julho, recuo de 9,86% ante igual período da safra passada (2,405 bilhão de litros). Foram produzidos 1,44 bilhão de litros de hidratado, queda de 10,57%, e 724 milhões de litros de anidro, recuo de 8,4%.
No acumulado da safra 2019/20, 12,826 bilhões de litros de etanol foram produzidos, recuo de 5,13% sobre igual período do ciclo passado. Do volume total de etanol fabricado até 16 de julho, 8,869 bilhões de litros foram de hidratado, redução de 6,06%, e 3,957 bilhões de litros de anidro, declínio de 2,96% ante o mesmo período da safra passada.
A produção de açúcar foi de 1,94 milhão de toneladas na primeira quinzena de julho, baixa de 19,08% sobre igual período de 2018, e acumula 10,857 milhões de toneladas na safra, queda de 10,8% ante 2018/19.
O teor de sacarose na cana, medido na quantidade de Açúcar Total Recuperável por tonelada processada (ATR/t), foi de 138,03 quilos (kg) na primeira quinzena de julho, 4,89% inferior ao de igual período da safra passada. No acumulado da safra, o teor de sacarose está em 126,31 kg de ATR/t, queda de 4,09% sobre 2018/19.
A produção total de etanol de milho alcançou 44,11 milhões de litros na primeira quinzena de julho, avanço de 80,34% ante igual período de 2018/19. No acumulado do ano, o Centro-Sul produziu 33,867 milhões de litros de etanol de milho.
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