Por Isadora Duarte
São Paulo, 10/08/2020 - A M. Dias Branco espera estender o crescimento obtido nos primeiros seis meses deste ano para o segundo semestre, diz o diretor de Novos Negócios e Relações com Investidores da empresa, Fábio Cefaly. “Para frente, vemos boas oportunidades de crescimento, considerando o contexto atual e a possibilidade de adaptar o mix de produtos conforme o consumo”, disse o executivo ao analisar os resultados trimestrais da companhia em entrevista exclusiva ao Broadcast Agro.
Na análise do diretor, pelo fato de os produtos da M. Dias cobrirem 90% das categorias de preços de massas e biscoitos, a empresa consegue capturar qualquer migração de consumo seja para produtos de tíquete médio maior seja para menor. “Essa é a vantagem do nosso modelo comercial com 19 marcas. Se o consumidor optar por produto com preço menor, nosso portfólio consegue atendê-lo”, afirmou Cefaly.
O executivo observou que, desde que a empresa retomou o crescimento no quatro trimestre do ano passado, “está em um novo patamar de receita”. “Tínhamos participação de mercado pequena no Centro-Oeste e trabalhamos na expansão para outras regiões também. Esperamos manter crescimento similar”, projetou Cefaly.
Quanto à manutenção do lucro, em meio ao aumento dos custos de trigo e dificuldade de repasse ao preço final do produto em virtude da crise econômica, Cefaly não vê problemas em a companhia continuar entregando rentabilidade. “Existem outros fatores além da relação entre preço e custo para pensar em margem de lucratividade e na evolução positiva da marca. Seguimos, por exemplo, com programa de produtividade, diluindo despesas fixas e com marcas importantes como Piraquê crescendo e sempre atentos ao câmbio”, justificou o diretor.
Segundo ele, após reajuste de preços de 2,9% no segundo trimestre deste ano, a companhia revisou a sua tabela de preços em 6% para cima em junho, que deve ser observada em até dois meses no varejo. Além disso, a empresa trabalha com estoques de trigo, principal matéria-prima, para quatro meses de moagem, em média.
Segundo trimestre - Sobre o resultado obtido pela M. Dias Branco no segundo trimestre deste ano, de alta de 22,2% na receita e 51,5% no lucro líquido, Cefaly disse que o desempenho “está alinhado com as estratégias de crescimento da empresa”. “Foi um trimestre muito bom com vários números superando marcas históricas. O desempenho está alinhado ao nosso plano de crescimento estratégico”, disse o executivo.
Para Cefaly, o desempenho trimestral da companhia reflete uma série de medidas comerciais e operacionais implantadas pela empresa desde meados do ano passado. “Entre elas, está a integração da marca Piraquê, a expansão regional, ampliação da distribuição, reestruturação da operação logística e de armazenagem em cinco Estados, além da maior verticalização em todas as categorias”, destacou o executivo, acrescentando que a partir destas medidas a empresa retomou o crescimento desde o quarto trimestre de 2019. A estratégia de expansão regional, segundo Cefaly, levaram à empresa a aumentar a receita líquida em 22% na região de ataque (Sul, Sudeste e Centro-Oeste) e em 16% na região de defesa (Norte e Nordeste). A companhia classifica como defesa a área que tem maior participação de mercado e de ataque, a que tem menor penetração.
Na avaliação do executivo, o “bom” desempenho trimestral se deveu mais às estratégias da companhia do que do contexto de mercado, em que empresas de alimentos veem a demanda por seus produtos aumentarem em meio à migração do consumo de alimentação fora para dentro do lar. “É óbvio que esse cenário contribuiu, mas, após o afrouxamento das medidas restritivas, os nossos resultados seguem no mesmo patamar de tendência. Por isso, atribuímos mais ao nosso planejamento que condições de mercado”, observou o diretor.
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