Por Clarice Couto
São Paulo, 16/09/2020 - Os programas do governo federal de subvenção ao seguro rural continuarão tendo, por algum tempo, papel relevante para o crescimento desse mercado, na avaliação do sócio consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros. "A consistência do volume de recursos para subsídio a seguro rural é a única maneira de sustentar um mercado de seguro privado dinâmico no Brasil", disse ele em live promovida no fim da tarde de ontem (15) pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre perspectivas para o seguro rural na safra 2020/21.
O consultor explicou que, em outros países onde hoje a contratação de seguro rural é ampla, tardou décadas para que a área segurada crescesse. Segundo ele, isso acontece porque, inicialmente, o custo do serviço para as seguradoras é alto, já que precisam investir em equipes e levantamento de dados para atuar em larga escala, em diversas regiões produtoras e, assim, compensar perdas quando há quebra de produção em uma das regiões atendidas.
"No início, quando o custo é alto, o produtor não contrata. Foram necessárias muitas décadas e subsídio (em outros países) para o seguro rural crescer. À medida que o tempo foi passando, as seguradoras foram aprendendo sobre a situação de cada produtor e os prêmios foram diminuindo, como começa a acontecer no Brasil", argumentou.
Mendonça de Barros destacou que o baixo patamar da taxa básica de juros no Brasil, a Selic (2% ao ano), é uma oportunidade para o governo fortalecer o subsídio ao prêmio de seguro rural. Nesta situação, lembra eles, se torna menos necessário equalizar taxas de juros do Plano Safra. "O mercado privado de seguro rural só terá condições de continuar crescendo com o suporte dos programas de subvenção", afirmou.
Contato: clarice.couto@estadao.com