Por Vinicius Galera
São Paulo, 26/04/2024 - Investidores dos mercados futuros de soja e milho na Bolsa de Chicago (CBOT) devem ficar atentos à proximidade do mercado climático dos Estados Unidos. "Essa é a grande novidade que faltava no mercado de grãos, especialmente para a soja", disse a gerente de inteligência de mercado da Hedgepoint, Thais Italiani, durante evento online da consultoria sobre a safra global. Segundo ela, o mercado está em compasso de espera enquanto o plantio avança pelo país do Hemisfério Norte. "Estamos atravessando um momento de transição de um padrão climático de El Niño para La Niña, e isso pode ter influência no desenvolvimento da safra norte-americana", informou.
Quanto à demanda externa pelos produtos dos EUA, ela disse que parece haver mais espaço para um aumento das exportações de milho do que de soja, apesar da expectativa de maior produção da oleaginosa em relação à temporada anterior. Segundo Italiani, o incremento da produção de soja no Brasil nas últimas safras reduziu o espaço para a oleaginosa norte-americana.
No mercado doméstico dos EUA, porém, a demanda por soja tem sido boa, com ritmo de esmagamento recorde, refletindo a procura por diesel renovável, observou a analista. Já a decisão da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) de permitir a venda de E15 (gasolina com mistura de 15% de etanol) durante o verão do Hemisfério Norte neste ano tende a beneficiar o milho no mercado interno, disse.
De acordo com a analista, outro aspecto que requer "muita atenção" são os níveis recordes de posições vendidas na Bolsa de Chicago (CBOT). Além disso, afirmou, o próximo relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) será fundamental para o direcionamento dos preços. O documento vai trazer as primeiras estimativas para a safra 2024/25 no país.
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